Economia
10% dos brasileiros mais ricos possuem 70% da riqueza do país
A concentração de renda e patrimônio no Brasil, que historicamente está entre as maiores do mundo, cresceu nos últimos dez anos. Dados recentes mostram que os 10% mais ricos, que representam cerca de 21,2 milhões de pessoas, ficam com 59% de toda a renda nacional e 70% de toda a riqueza acumulada no país.
No outro extremo, a metade mais pobre da população, composta por aproximadamente 106 milhões de pessoas, compartilha apenas 9,3% da renda e tem acesso a 2,4% do patrimônio total.
Essas informações vêm da terceira edição do Relatório Mundial sobre a Desigualdade 2026, desenvolvido por pesquisadores da rede World Inequality Lab, liderada pelo economista francês Thomas Piketty.
De acordo com o levantamento, a diferença de renda entre os 10% mais ricos e os 50% mais pobres aumentou de 53,7% em 2014 para 63,5% em 2024.
Os dados referentes aos mais ricos mostram a extrema concentração de patrimônio. O 1% mais abastado do país – cerca de 2,1 milhões de pessoas – detém sozinho 37% de todo o patrimônio nacional, que inclui imóveis, empresas, investimentos financeiros e outros ativos. Em termos de renda, esse grupo corresponde a quase 27% do total recebido no país.
Esses números ajudam a explicar por que a desigualdade no Brasil permanece elevada mesmo durante períodos de crescimento econômico ou maior geração de empregos. A renda do trabalho não compensa a grande disparidade na propriedade de ativos e no acesso ao capital, elementos que normalmente indicam bem-estar e mobilidade ao longo da vida.
Outro ponto avaliado pela pesquisa é a participação feminina no mercado de trabalho. Nos últimos dez anos, houve pouca mudança. A taxa de mulheres ocupadas passou de 37,3% em 2014 para 37,4% em 2024, permanecendo praticamente constante.


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