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Nove mortos em ataque a bar no Equador

Pelo menos nove pessoas foram assassinadas a tiros no sábado (19) enquanto jogavam sinuca em um bar numa cidade turística do sudoeste do Equador, conforme informado pelo Ministério Público local.
Nos primeiros cinco meses de 2025, o país registrou 4.051 homicídios, dados que apontam para o começo do ano mais violento de sua história recente, segundo especialistas.
Na tarde de sábado, homens armados abriram fogo contra frequentadores do bar em uma área de General Villamil Playas, um destino popular na costa da província de Guayas, a 90 km de Guayaquil.
O Ministério Público equatoriano comunicou via rede social X que “indivíduos armados invadiram o local e dispararam contra os presentes”. Uma investigação foi aberta para apurar os fatos.
Imagens divulgadas nas redes mostram nove corpos ensanguentados espalhados pelo chão, perto das mesas de sinuca. A imprensa local relata que os agressores usavam rifles automáticos.
O coronel da polícia Jhanon Varela informou que duas pessoas ficaram feridas e foram socorridas em hospital. Apenas um dos corpos foi identificado na cena.
“Infelizmente, quando a polícia chega, muitos feridos são retirados do local por familiares e moradores”, declarou Varela. “Há suspeita da existência de mais vítimas”, acrescentou.
Violência persistente
A prefeita de Guayas, Marcela Aguiñaga, afirmou no X que entre os mortos havia um professor de futebol da região. “A violência não dá trégua. Querem nos derrubar, calar nossas vozes e acostumar-nos com o horror. Mas não vamos nos calar nem nos render”, disse ela.
As organizações ligadas ao narcotráfico se multiplicam no Equador, onde a taxa de homicídios subiu de 6 por 100 mil habitantes em 2018 para 38 por 100 mil em 2024.
Depois da recaptura em junho do maior traficante do país, Adolfo Macías, conhecido como Fito, que fugiu de prisão de segurança máxima em 2024, a violência das gangues permanece intensa.
Na última semana, na província de Manabí, local de atuação de Fito e sua quadrilha Los Choneros, pelo menos 20 pessoas perderam a vida em massacres e assassinatos em várias cidades, incluindo Manta, onde ele foi recapturado.
No sábado, o ministro do Interior, John Reimberg, anunciou reforço na segurança da cidade, um dos principais portos de pesca do Equador, com 2.500 policiais distribuídos estrategicamente.
Após a prisão, Fito aceitou ser extraditado para os Estados Unidos, onde é acusado de tráfico de cocaína e armas.
O Equador, que antes era considerado um oásis de tranquilidade na América Latina, tornou-se um dos países mais violentos da região devido à guerra entre facções que exploram seus portos estratégicos, sua economia dolarizada e a corrupção de algumas autoridades.
Conforme dados oficiais, 73% da cocaína mundial passa pelos portos do Equador.
Em 2024, o país apreendeu uma quantidade recorde de 294 toneladas de drogas, principalmente cocaína, superando as 221 toneladas registradas em 2023.

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