Economia
ONU amplia verba para alojar países na COP30 em Belém

A Organização das Nações Unidas (ONU) elevou o valor da diária oferecida aos países mais pobres para que possam participar da COP30, marcada para novembro em Belém, capital do Pará. A menos de dois meses do evento, apenas 40% das delegações previstas já garantiram sua hospedagem.
O subsídio diário oferecido pela ONU subiu de US$ 144 (R$ 763) para US$ 197 (R$ 1.044), atendendo a uma solicitação feita pelos países em agosto. Esse valor será disponibilizado para 144 nações.
A Secretaria Extraordinária para COP-30 (Secop) reuniu-se nesta quarta-feira, 17, com representantes da UNFCCC, órgão da ONU responsável pelas questões climáticas.
Até o momento, a Secop informa que 79 países confirmaram sua hospedagem em Belém por meio da plataforma do governo ou por negociações diretas. Outros 70 países estão em processo de confirmação. No total, espera-se a participação de 196 delegações no evento.
“Obtivemos avanços, mas ainda existem desafios a superar”, declarou Simon Stiell, secretário-executivo da UNFCCC, conforme divulgado em nota pela Secop.
Brasil solicita taxa emergencial
Embora a ONU tenha aumentado o subsídio, o governo brasileiro considera o valor ainda insuficiente. O comunicado oficial afirma que o valor permanece abaixo do praticado em outras capitais brasileiras e não cobre integralmente os custos locais.
Em eventos realizados em outros países, o valor diário subsidiado pela ONU é maior. Na Alemanha, onde ocorre a Conferência de Bonn, um encontro preparatório para a COP, o auxílio era de US$ 400 por dia.
Diante dessa situação, o Brasil sugeriu que a ONU estabeleça uma taxa excepcional para a COP30, que facilitaria a vinda de delegados de países em desenvolvimento.
A crise relacionada à hospedagem para a COP30 atingiu seu pico no início de agosto, quando 29 países assinaram uma carta solicitando que o país-sede do evento fosse alterado.
Há cerca de um mês, o governo brasileiro e a ONU discutiram o assunto. Naquele momento, menos de um quarto das delegações haviam reservado alojamento. A UNFCCC chegou a propor que o Brasil subsidiaria as acomodações para os participantes, proposta rejeitada pelo governo nacional.
Míriam Belchior, secretária executiva da Casa Civil, esclareceu que o governo brasileiro já está investindo consideravelmente para a realização da COP e que não há condições para subsidiar delegações estrangeiras, incluindo países economicamente mais favorecidos que o Brasil. Ela reforçou que não é função do Brasil oferecer suporte financeiro a outros países.

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