Ministra albanesa gerada por IA diz que não veio para substituir humanos

A ministra albanesa criada por inteligência artificial, uma novidade inédita no mundo, discursou na quinta-feira (18) perante o Parlamento da Albânia, afirmando que seu propósito não é substituir as pessoas, mas auxiliá-las.

Batizada de Diella, ela foi nomeada na semana anterior pelo primeiro-ministro albanês Edi Rama, do partido socialista.

Diella ficará encarregada das decisões relativas a licitações de contratos públicos com o objetivo de assegurar que estes processos sejam completamente transparentes e livres de corrupção, conforme declarou Edi Rama.

Combater a corrupção, especialmente na administração pública, é uma exigência crucial para a Albânia avançar em sua candidatura para integrar a União Europeia. O primeiro-ministro deseja que o país balcânico, com 2,8 milhões de habitantes, faça parte do bloco europeu até 2030.

Durante a sessão parlamentar, Diella comunicou-se via videoconferência com os deputados para debater o programa governamental de Edi Rama. Não foram fornecidas informações sobre a forma como seu discurso foi produzido.

Algumas vozes contrárias a classificaram como inconstitucional por não ser uma pessoa real. Diella, cujo nome significa sol em albanês, destacou que o perigo para as constituições nunca foram as máquinas, mas sim as decisões desumanas dos governantes.

Vestida com trajes tradicionais da Albânia, sua nomeação recebeu críticas duras da oposição. O ex-primeiro-ministro e líder da oposição, Sali Berisha, que enfrenta acusações de corrupção, disse que a verdadeira intenção seria apenas chamar atenção.

Ele afirmou que a presença de Diella não é suficiente para combater a corrupção e questionou quem irá fiscalizar a ministra virtual, classificando-a como inconstitucional e anunciando que seu partido buscará o Tribunal Constitucional.

No parlamento, Edi Rama precisou interromper seu discurso diversas vezes devido às vaias da oposição, mas conseguiu aprovar seu programa de governo para seu quarto mandato nas eleições de maio.