Nigéria responde a declaração de Trump sobre ameaça a cristãos

O presidente da Nigéria, Bola Ahmed Tinubu, manifestou-se um dia após o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rotular o país africano como “uma nação de preocupação especial” pela alegada perseguição aos cristãos.

Em uma declaração divulgada nas redes sociais, Tinubu destacou que descrever a Nigéria como um país com intolerância religiosa não corresponde à realidade do país.

“A liberdade religiosa e o respeito mútuo são alicerces essenciais da nossa identidade nacional e permanecerão assim”, afirmou o presidente.

Ele reforçou que a Nigéria combate qualquer forma de perseguição religiosa e possui garantias constitucionais para proteger pessoas de todas as crenças.

Na véspera, em publicações online, Trump declarou que o cristianismo enfrenta uma ameaça grave na Nigéria e responsabilizou grupos extremistas islâmicos pelos ataques.

Esta declaração ocorreu semanas após o senador americano Ted Cruz ter solicitado que o Congresso classificasse a Nigéria como um país que viola a liberdade religiosa, citando assassinatos em massa de cristãos.

Com uma população de 220 milhões, a Nigéria lida há anos com insegurança gerada por múltiplos fatores, como o grupo extremista Boko Haram, conflitos entre agricultores e pastores, rivalidades comunitárias, movimentos separatistas e conflitos étnicos.

Kimiebi Ebienfa, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Nigéria, reafirmou o compromisso do governo em proteger todos os cidadãos, independentemente de sua religião.

“O governo federal continuará a defender todos os indivíduos, sem distinção de raça, crença ou fé”, declarou, enfatizando a celebração da diversidade como uma força do país.

A Nigéria foi incluída em 2020 pela primeira vez na lista dos EUA de países sob especial atenção por alegadas violações à liberdade religiosa, medida que havia sido revogada em 2023 num gesto para fortalecer relações bilaterais antes da visita oficial do então Secretário de Estado Antony Blinken.