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Cairo abre grande museu egípcio com show grandioso
Um show grandioso com luzes de laser, orquestra sinfônica, bailarinos vestidos com roupas inspiradas em pinturas antigas, cetros e coroas douradas marcou a noite deste sábado (1º) a abertura oficial do Grande Museu Egípcio (GEM) no Cairo.
“Estamos escrevendo um novo capítulo da História presente e futura, em nome desta antiga terra”, declarou o presidente do Egito, Abdel Fatah Al Sisi, exaltando “o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização” diante de reis, chefes de Estado e líderes internacionais que prestigiaram o evento.
“É um testemunho vivo da engenhosidade dos egípcios”, acrescentou, na grande área do prédio de vidro e pedra, com vista para as pirâmides de Gizé, iluminadas por luzes douradas.
Na chegada dos convidados, drones formaram uma mensagem em inglês nas três pirâmides e na esfinge, dando as “boas-vindas ao país da paz”.
Depois, foram realizadas apresentações de balé e ópera com dezenas de artistas e figurantes trajando roupas antigas, seguidas por um show de fogos que iluminou o céu.
“Todos sonhamos com este projeto. Questionávamos se seria realidade, se veríamos essa realização e este grande dia”, disse o primeiro-ministro egípcio, Mostafa Madbouly, durante uma coletiva de imprensa neste sábado.
Centro da egiptologia
A construção do museu, em um espaço de meio milhão de metros quadrados, com suporte financeiro e técnico do Japão, custou mais de um bilhão de dólares e levou vinte anos de trabalho árduo.
“A ideia do museu surgiu há cerca de trinta anos, com interrupções devido a eventos vividos pelo Egito desde 2011. A maior parte do trabalho ocorreu nos últimos sete a oito anos”, recordou o primeiro-ministro neste sábado.
A principal atração é o tesouro de Tutancâmon, descoberto em 1922 em uma tumba intacta no Vale dos Reis, no Alto Egito, com cerca de 5.000 objetos funerários reunidos pela primeira vez em um único local.
O GEM abriga mais de 100.000 peças arqueológicas, das quais metade será exibida, formando a maior coleção do mundo dedicada a uma civilização única, que ao longo de 5.000 anos viu 30 dinastias se sucederem.
Na abertura ao público, os visitantes serão recepcionados no enorme átrio pela maior estátua do museu – 83 toneladas de granito e 11 metros de altura -, que representa Ramsés II, faraó que governou o Egito por 66 anos há mais de 3.000 anos.
Diferente do Museu Egípcio, construído na era colonial no centro do Cairo e hoje antiquado e deteriorado, o GEM oferece galerias imersivas, iluminação de precisão, exposições de realidade virtual e até um museu infantil.
Entusiastas por arqueologia poderão acompanhar, por uma vidraça, o trabalho no laboratório de conservação para restaurar uma barca solar de 4.500 anos, encontrada próxima à pirâmide de Quéops.
“O Egito se tornará o centro da egiptologia. Não é razoável que a maioria das conferências internacionais aconteça fora do país”, afirmou o ministro do Turismo, Sherif Fathi, em entrevista.
Expectativa para o turismo
O turismo, fundamental para a economia egípcia, foi abalado diversas vezes na última década e meia, desde a revolta de 2011 até distúrbios e ataques terroristas esporádicos.
Nos últimos anos, o setor tem apresentado recuperação, com 15 milhões de visitantes no Egito nos primeiros nove meses de 2025, gerando 12,5 bilhões de dólares, representando aumento de 21% sobre o ano anterior.
Com “entre 5.000 e 6.000 visitantes diários” atualmente, “esperamos alcançar os 15.000”, afirmou o ministro do Turismo, projetando um acréscimo anual de cinco milhões de turistas, a maioria visitando o museu.
O governo está finalizando um “plano geral” para desenvolver a área nordeste do Cairo, que vai do novo Aeroporto Internacional Esfinge às pirâmides de Saqqara, incluindo hotéis, restaurantes e centros comerciais, detalhou Sherif Fathi, que evitou comentar custos da cerimônia.

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