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Estrangeiro morto leva PF a investigar serial killer em São Paulo

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A Polícia Federal (PF) pediu à Justiça de São Paulo a cópia da denúncia, pronúncia e sentença referentes ao processo contra a universitária Ana Paula Veloso Fernandes, acusada de quatro assassinatos em série.

Segundo documento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) acessado pelo Metrópoles, o chefe do Núcleo de Cooperação Internacional (Interpol) de São Paulo formalizou o pedido ao juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo para compartilhar informações com a Embaixada da Tunísia no Brasil sobre o assassinato do tunisiano Hayder Mhazres.

Hayder teria sido a última vítima das mortes por envenenamento atribuídas a Ana Paula, conforme investigação do 1º DP de Guarulhos.

Roberta Cristina Veloso Fernandes, irmã gêmea de Ana Paula, declarou que a irmã conheceu Hayder em um aplicativo de relacionamento e inventou estar grávida dele como estratégia para obter vantagens financeiras. A gravidez era falsa, usada como isca antes do envenenamento.

O TJSP autorizou o envio dos documentos pedidos, ressaltando que a defesa das irmãs ainda não respondeu às acusações.

Detalhes da investigação

O delegado responsável, Halisson Ideião Leite, relatou que as irmãs assistiram ao sofrimento de Hayder na UTI em tempo real. Ana Paula chegou a gravar vídeos do tunisiano em estado grave, que enviava para Roberta, que comentava o sofrimento de forma fria.

Quando Hayder rompeu o relacionamento e exigiu aborto, as irmãs decidiram matá-lo. Após o assassinato, Ana enviou fotos simulando gravidez para a família da vítima e ameaças em árabe para parentes.

Outras vítimas e modus operandi

O caso de Hayder faz parte de uma série de quatro homicídios similares, todos envolvendo envenenamento com chumbinho, manipulação emocional e busca por benefícios financeiros ou moradia.

  • Marcelo Hari Fonseca, dono do imóvel das irmãs em Guarulhos, foi morto para que as irmãs ficassem com a casa.
  • Maria Aparecida Rodrigues, amiga de Ana Paula, morreu depois de ser envenenada com bolo e café, em tentativa de incriminar um ex-namorado PM.
  • Neil Corrêa da Silva, pai de amiga de Ana Paula, foi morto no Rio de Janeiro em troca de dinheiro, com participação de Roberta na negociação dos valores.

Prisão das irmãs

As gêmeas foram presas após interceptações telefônicas, rastreamento digital e análise de dados bancários. Roberta foi capturada em Guarulhos enquanto tentava fugir, e Ana Paula foi presa no Rio de Janeiro com apoio da Polícia Civil local.

Durante a prisão, Roberta possuía documentos que indicavam orgulho pelo controle dos crimes cometidos. O delegado afirmou que as irmãs organizavam registros como se fosse um portfólio dos assassinatos.

As irmãs respondem por quatro homicídios qualificados e associação criminosa, com possibilidade de cumprir mais de 100 anos de prisão.

Situação atual e depoimento

Ana Paula cumpre pena na Penitenciária de Tremembé, interior de São Paulo, e Roberta está no Presídio Feminino de Santana, na capital paulista.

O advogado Almir da Silva Sobral informou que, após videoconferência com Ana Paula, percebeu que a cliente está assustada e parece ter se dado conta da gravidade da situação.

Ana Paula não admitiu os homicídios, apenas descreveu como ocorreram, sem confessar diretamente os crimes.

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