Economia
lula busca apoio para indicação de messias no stf junto à oposição
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve um encontro ontem com o senador Weverton Rocha (PDT-MA), que é o relator da indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao Supremo Tribunal Federal. Eles almoçaram no Palácio do Planalto, num compromisso que não estava previsto na agenda oficial do presidente.
O Palácio do Planalto enfrenta resistência de senadores, inclusive do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), contra a nomeação de Messias. Alcolumbre e parlamentares de siglas centristas ficaram descontentes porque Lula não considerou sua preferência pelo nome de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga no STF que será aberta pela aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso.
Em nota, o presidente do Senado afirmou que há uma clara tentativa de setores do Executivo de criar a impressão errada de que as divergências entre os Poderes são resolvidas por interesses fisiológicos, envolvendo cargos e emendas.
Com o cenário desfavorável para Messias, Alcolumbre decidiu recentemente agendar a sabatina do advogado-geral da União para o dia 10 próximo no Senado, mas para que ela ocorra, o Palácio do Planalto deve antes enviar ao Congresso a mensagem oficial da indicação presidencial, o que está sendo adiado para permitir que Messias articule apoios entre os senadores.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, acredita que a resistência no Senado é apenas um desentendimento momentâneo e que será superado, confiando no momento oportuno para que o presidente Lula possa agir diretamente nas negociações e resolver a questão.
“Dialogar para construir maioria nas casas parlamentares é algo natural, e qualquer atrito passageiro será resolvido para o bem do Brasil. Quem sabe o melhor momento para o presidente Lula agir é ele mesmo”, afirmou Silveira durante visita ao Senado.
Alcolumbre marcou a sabatina antes que a indicação oficial fosse enviada, e Messias foi recomendado para a vaga no STF no dia 20. A formalização na Corte depende da remessa da mensagem ao Congresso.
A demora no envio preocupa o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Otto Alencar (PSD-BA), que apontou a possibilidade de adiamento da sabatina pela falta da mensagem.
Segundo o colunista Lauro Jardim, negociações podem envolver a presidência do Banco do Brasil para facilitar a aprovação de Messias, algo negado por Alcolumbre.
A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, reforçou o respeito do governo ao presidente do Senado nas redes sociais em meio às tensões.
Na tentativa de conquistar apoio, Messias terá um almoço com membros do bloco que reúne parlamentares do PL e do Partido Novo, organizado pela senadora Dra. Eudocia Caldas (PL-AL), mãe do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), conhecido como JHC.
Apesar de hoje o PL ser ligado a Jair Bolsonaro, a família Caldas se aproximou do presidente Lula durante as negociações para a indicação de Marluce Caldas, tia do prefeito, para o Superior Tribunal de Justiça. O acordo político previa que JHC deixaria o PL para apoiar a base de Lula, mas isso ainda não aconteceu.
O senador Rogério Marinho (RN), também do PL, declarou desconhecer o encontro com Messias e afirmou que não participará do almoço.


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