Conselho de Ética revisa caso que pode cassar Janones

O Conselho de Ética da Câmara vai voltar a analisar nesta terça-feira (2) o caso do deputado André Janones (Avante-MG), que já foi afastado por três meses após ter feito comentários homofóbicos contra Nikolas Ferreira (PL-MG) durante uma sessão no plenário.

O incidente, que aconteceu em julho, causou confusão, fez a reunião ser interrompida e necessitou da intervenção da Polícia Legislativa. Agora, o fato de Janones ter reincidido e de existirem novas denúncias contra ele aumentam o risco de seu mandato ser cassado. O Conselho também irá avaliar processos contra Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Lindbergh Farias (PT-RJ), considerados menos sérios.

Janones enfrenta três processos. Além do que causou sua suspensão, que foi aprovada por 15 votos a 3, o Conselho está analisando duas denúncias feitas pelo PL. A primeira acusa o deputado de chamar Gustavo Gayer de “assassino” e “corrupto” em publicações nas redes sociais. A segunda investiga denúncias de rachadinha feitas por um ex-assessor e apresentadas pela sigla.

Segundo membros do Conselho, o histórico recente pesa contra Janones e pode influenciar a decisão sobre uma punição mais severa. A composição atual do colegiado, que tem maioria de deputados de direita, também pode levar a uma avaliação desfavorável.

O processo que envolve Guilherme Boulos, atualmente licenciado do mandato, trata de supostas ofensas dirigidas a Gustavo Gayer e Gilvan da Federal em debates no plenário.

Lindbergh Farias responde a duas acusações. Uma delas, feita pelo Novo, questiona uma declaração dele contra Marcel Van Hatten (Novo-RS), na qual o petista teria dito que o parlamentar ofendeu o ministro Alexandre de Moraes. A sigla afirma que Lindbergh distorceu o que foi dito. A outra denúncia, feita pelo PL, cita uma entrevista concedida ao jornal O Tempo, em que Lindbergh chamou Gustavo Gayer de “canalha”.

A sessão deve durar a tarde toda e, se não houver tempo para concluir todas as votações, a pauta será continuada na quarta-feira, quando o colegiado já tem reunião agendada.