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Alzheimer de Augusto Heleno: o que se sabe e o que ainda precisa ser esclarecido

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Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que a Polícia Federal realize uma avaliação médica detalhada do ex-ministro Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, para verificar a existência da doença de Alzheimer e os cuidados necessários ao seu caso. Esta decisão foi motivada por informações contraditórias a respeito do diagnóstico.

Heleno foi preso na última terça-feira para iniciar o cumprimento da pena de 21 anos de prisão determinada pelo STF na ação penal referente à trama golpista. No mesmo dia, ele passou por exame médico e declarou ser portador de demência de Alzheimer em evolução desde 2018, com perda significativa da memória recente, conforme documento elaborado pelo Exército. Como general da reserva, encontra-se detido no Comando Militar do Planalto.

No mesmo dia, a defesa do ex-ministro apresentou ao STF um pedido de prisão domiciliar, com um relato divergente. Os advogados afirmaram que ele vinha realizando acompanhamento psiquiátrico desde 2018, intensificado em 2023, tendo sido diagnosticado, em janeiro de 2025, com demência mista (Alzheimer e causas vasculares), além de apresentar histórico de transtornos depressivo e ansioso.

Um dia depois, na audiência de custódia, Heleno confirmou que possui doenças e faz uso de medicações específicas, conforme documentação disponível nos autos.

Na sexta-feira, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se favoravelmente à prisão domiciliar, considerando a doença de Alzheimer e a idade avançada do ex-ministro, que tem 78 anos. Segundo ele, manter Heleno em prisão domiciliar é uma medida excepcional que respeita sua faixa etária e o quadro clínico comprovado, garantindo proteção adicional e cuidados adequados.

No sábado, o ministro Moraes estipulou um prazo de cinco dias para a defesa apresentar todos os documentos relacionados ao diagnóstico, incluindo relatórios, exames, avaliações médicas, neuropsicológicas e psiquiátricas desde 2018, além de comprovações de consultas e profissionais que acompanharam a progressão da demência. Também solicitou esclarecimentos sobre eventual comunicação do diagnóstico à Presidência da República ou outros órgãos durante o período em que Heleno foi ministro do GSI (2019-2022).

No mesmo dia, a defesa esclareceu que nunca alegou diagnóstico de Alzheimer em 2018, explicando que não existem exames daquele período. Segundo os advogados, as primeiras falhas de memória começaram a se manifestar em 2023, com avaliação realizada em 2024 indicando início de demência, e diagnóstico definitivo apenas em janeiro deste ano, após ressonância e testes cognitivos. A defesa também justificou a ausência de comunicação oficial e menção durante o interrogatório por tratar-se de questão sem relação com os fatos investigados e para preservar a privacidade familiar.

Na segunda-feira, o ministro Moraes ressaltou a existência de informações conflitantes e a necessidade de comprovar oficialmente o diagnóstico de demência mista. Por isso, determinou que peritos médicos da Polícia Federal realizem, em até 15 dias, uma avaliação clínica completa, incluindo histórico médico, exames e testes laboratoriais.

Os especialistas deverão avaliar principalmente a memória e as capacidades cognitivas de Heleno, além do grau de limitação funcional decorrente das doenças identificadas, os cuidados indispensáveis para preservar sua integridade física e mental, e a necessidade — ou não — de supervisão contínua.

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