Toffoli aumenta proteção de pedido da defesa de Vorcaro

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), aumentou o nível de confidencialidade de um pedido feito pela defesa do banqueiro Daniel Vorcaro, um dos proprietários do Banco Master, para que a investigação sobre a instituição seja acompanhada pela Corte. O pedido foi motivado pela menção de um deputado federal na investigação.

Na sexta-feira (28), os advogados apresentaram uma reclamação constitucional contra a decisão da Justiça Federal de Brasília que ordenou a prisão do banqueiro. O pedido foi protocolado sob segredo de Justiça e chegou ao gabinete do ministro Dias Toffoli, que passou a ser o responsável pelo caso.

Depois que o documento foi recebido, o grau de sigilo foi elevado para sigiloso, impedindo a identificação no sistema eletrônico do Supremo das iniciais do nome de Vorcaro e do andamento do processo.

Não há prazo definido para que Toffoli tome uma decisão sobre o caso.

Vorcaro e outros indivíduos foram alvos da Operação Compliance Zero, realizada pela Polícia Federal (PF), para investigar a concessão de créditos fraudulentos pelo Banco Master, incluindo a tentativa de compra da instituição pelo Banco Regional de Brasília (BRB), banco público vinculado ao governo do Distrito Federal. As investigações indicam que as fraudes podem alcançar o valor de R$ 17 bilhões.

Na mesma sexta-feira (28), a desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, concedeu um habeas corpus, ordenando a libertação de Vorcaro, os ex-diretores Luiz Antonio Bull, Alberto Feliz de Oliveira e Angelo Antonio Ribeiro da Silva, além de Augusto Ferreira Lima, ex-sócio do banco. O Ministério Público Federal já recorreu contra essa decisão.

Todos serão monitorados por tornozeleiras eletrônicas e têm restrições para atuar no setor financeiro, contato com outros investigados e circulação internacional.