Secretário diz que ‘vai conhecer agora’ plano de reorganização escolar em SP

José Renato Nalini é ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo. Novo secretário quer realizar reuniões com diversas lideranças estudantis.

O novo secretário estadual de Educação, José Renato Nalini, assumiu o cargo nesta quinta-feira (28) e disse que vai conhecer agora o plano de reorganização escolar e quer ouvir lideranças estudantis. “Eu não conheço o plano, eu vou conhecer agora”, afirmou durante após a cerimônia de posse realizada no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul de São Paulo.

O novo secretário trabalha como professor desde 1969 e é ex-presidente do Tribunal de Justiça. Ele assume o cargo após um período de ocupações nas escolas e a saída do então secretário da Educação, Herman Voorwald.

“Eu tenho plena autonomia para começar a dialogar e verificar aquilo que cada comunidade quer. A escola tem que ser um lugar onde a criança goste de estar e que ele vá também ao fim de semana, com teatro para concurso, atividades. A escola tem que ser o centro de interesse”, disse o secretário, que quer transformar as escolas em espaços em que estudantes e famílias possam utilizar aos finais de semana.

O secretário também falou que quer desenvolver a criatividade dos alunos. “O que eu sinto é que nós precisamos reduzir o descompasso entre o anacronismo do nosso ensino e uma juventude, uma criança que já nasce praticamente com ‘chip’ e está acostumada com a velocidade da comunicação online, não aguenta mais as aulas expositivas. Eles precisam de uma escola atraente e vou chamar todos aqueles que possam colaborar para que a escola de São Paulo seja um local onde o aluno queira estar, disse Nalini.

José Renato Nalini tomou posse como secretário de educação nesta quinta-feira (28).

Reorganização
A ideia do plano de reestruturação escolar é que boa parte das mais de 5 mil escolas sejam divididas por ciclos, separando alunos do ensino fundamental I, ensino fundamental II e ensino médio em escolas diferentes. O plano previa o fechamento de mais de 90 escolas e a afetaria cerca de 300 mil alunos

O governo diz que a rede tem capacidade para 6 milhões de alunos, e contava com 3,8 milhões de matrículas no ano passado. Por isso, a ideia era reagrupar os estudantes segundo a faixa etária, respeitando a meta de cada ciclo: até 30 alunos do 1º ao 5º ano do ensino fundamental; até 35 alunos do 6º ao 9º ano do fundamental e até 40 alunos no ensino médio.

Com o protesto dos estudantes, que chegaram a ocupar cerca de 200 escolas, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) suspendeu o plano em 4 de dezembro. Ele afirmou, na ocasião, que 2016 seria o ano “de aprofundar o diálogo”.