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Guarda Municipal de Mairinque atua sem licença desde 2008
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Equipe paralisou as atividades até que reivindicações sejam atendidas. Guardas usam coletes à prova de balas e munições vencidas há 4 anos.
Os guardas municipais de Mairinque (SP) continuam com as atividades suspensas nesta terça-feira (1º). Sem uma licença de funcionamento, que está vencida desde 2008, a corporação não consegue a liberação feita pelas Forças Armadas para comprar novos equipamentos de segurança, como coletes à prova de balas e munições, o que motivou a paralisação.
O documento foi protocolado na prefeitura após reportagem publicada pelo G1 sobre uma investigação aberta pelo Ministério Público para apurar as irregularidades nos uniformes.
Para tentar encerrar a paralisação, uma reunião foi feita na segunda-feira (29) entre a prefeitura e representantes do sindicato da categoria. Além dos coletes e munições, vencidas há quase quatro anos, as viaturas estão com os pneus carecas e os capacetes também estão fora do prazo de validade. Depois de 45 minutos, os guardas saíram insatisfeitos com a negociação.
- Sem coletes à prova de balas, Guarda Municipal suspende atividades
- Guarda de Mairinque usa munições e coletes vencidos há quase 4 anos
A comissão que representa os guardas municipais disse que da pauta de 10 reivindicações à prefeitura, apenas uma deve ser atendida. “Nós não estamos pedindo verba, estamos pedindo condições para trabalhar. Nem nós e nem a população pode correr riscos”, diz o GCM, Anderson Santana.
Sem equipamentos de segurança, a patrulha rural também não está sendo feita, já que não há carros. Durante a reunião, os guardas foram informados pela prefeitura que uma licitação está em andamento para a compra de 36 coletes à prova de balas. O pedido foi feito em dezembro de 2015, mas o Exército precisa autorizar a solicitação.
Sobre o restante dos pedidos dos guardas municipais, o secretário de Assuntos Jurídicos diz que não é possível, no momento, atender todas as solicitações. “É preciso dar um passo de cada vez, já que não temos dinheiro para atender todas as exigências”, afirma Jessé Remero.
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Coletes da Guarda Municipal de Mairinque estão vencidos há quase quatro anos (Foto: Divulgação / Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mairinque)
Inquérito
Após denúncias, o Ministério Público (MP) enviou uma série de questionamentos à prefeitura, que devem ser respondidos em até 30 dias após a notificação. O processo administrativo ainda pode ter o prazo extendido.
O MP não divulgou informações sobre o conteúdo da denúncia envolvendo os coletes de segurança, mas um grupo de guardas teria se reunido com o sindicato para fazer reclamações sobre as condições de trabalho. “Fomos informados pelos trabalhadores que eles estão com coletes à prova de balas e munições vencidas desde 2012, além da falta de manutenção dos equipamentos e veículos”, afirma Roberto da Silva, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais.
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Veículos da Guarda estão com pneus carecas (Foto: Reprodução/TV TEM)
Riscos
Fotos mostram que os coletes que os guardas usam, fabricados em 20 de setembro de 2006, estariam vencidos desde o dia 20 de setembro de 2012. A própria etiqueta, inclusive, possui marcas de desgate por conta do uso. “Segundo repassado pelos guardas, todos os coletes estão nestas condições. É um assunto de extrema importância porque é a vida do servidor que está em risco. Todos estão preocupados”, diz Roberto.
De acordo com o presidente do sindicato, uma reunião foi realizada com o prefeito Binho Merguizo na semana passada para cobrar informações sobre a situação. O sindicato também teria dado o prazo de 20 dias para que a prefeitura tomasse providências, caso contrário, existiria o risco de uma paralisação ou de a equipe ficar somente nos quartéis.
Segundo o porta-voz de uma empresa que produz coletes balísticos na região de Sorocaba, Carlos Alberto Costa, o uso dos equipamentos de segurança fora do prazo de validade pode trazer riscos aos guardas municipais.
“Risco existe, mas não há como ser avaliado, uma vez que depende de armazenamento e forma de uso do colete”, afirma ao explicar que seria necessário avaliar cada um dos equipamentos individualmente para verificar o risco aos usuários. “A nossa indicação é de uso por no máximo cinco anos, de acordo com normas técnicas. A responsabilidade de uso é exclusiva de quem o usa ou de quem determina seu uso”, finaliza o representante da empresa.
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Viaturas também estão sem condições de uso (Foto: Reprodução/TV TEM)
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