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Servidores em greve devem votar proposta de reajuste nesta 2ª feira

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Sindicato de Sorocaba pede 10,48%, mas prefeitura oferece 5% de reajuste. Liminar garante 50% dos trabalhadores em serviços básicos.

Os servidores públicos de Sorocaba (SP) devem votar a proposta de reajuste da prefeitura de 5% na tarde desta segunda-feira (28). A assembleia do sindicato está prevista para 15h. A greve continua e, apesar de uma liminar da Justiça determinar a presença de 50% dos trabalhadores nos serviços básicos, muitos moradores foram surpreendidos com o cancelamento de consultas em postos de saúde e creches fechadas.

Nesta segunda-feira, parte do efetivo da Guarda Civil Municipal também aderiu à paralisação dos funcionários da prefeitura que começou na quarta-feira (23).

Quase 3,5 mil servidores municipais aderiram à paralisação no dia 23 de março, segundo o sindicato e a prefeitura. Na semana passada, a prefeitura conseguiu a liminar que garantia 50% do atendimento em escolas, postos de saude e outros serviços básicos. Mesmo assim, houve creche que não abriu e posto de saúde que desmarcou consultas. O sindicato quer manter 30% do atendimento.

O sindicato da categoria tinha pedido inicialmente reajuste de 19,61%. Depois, baixou para 10,48%, que é a reposição da inflação. A prefeitura, que diz não ter recebido esta proposta, ofereceu uma contra-proposta de 5% de reajuste. Ela vai ser votada pelos funcionários na assembleia desta segunda-feira.

“Os números que nós mandamos não são números que foram tirados da cartola de alguém ou porque o prefeito está querendo reservar mais recursos para investir em obras de infraestrutura porque é um ano eleitoral. Na verdade, eu estou sacrificando todas as pretensões nossas na questão da infraestrutura”, eslcareceu o prefeito, Antonio Carlos Panunzio.

Enquanto isso, os servidores mantêm 50% dos serviços públicos seguindo determinação judicial. Nos postos de saúde, só consultas marcadas, coletas de exames e encaixes estão mantidos até o fim da greve.

Transtornos
Durante a manhã do dia 23, a greve também prejudicou o atendimento em diversos serviços prestados pela prefeitura. Os funcionários do Executivo cruzar os braços para reivindicar reajuste salarial. Durante a manhã, um protesto foi realizado em frente ao Paço Municipal.

Pacientes tiveram consultas desmarcadas durante greve (Foto: Reprodução/TV TEM)

Pacientes tiveram consultas desmarcadas durante greve (Foto: Reprodução/TV TEM)

A paralisação foi definida após o poder público e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais não chegarem a um consenso com relação ao reajuste salarial. A prefeitura oferece 6% de aumento dividido em duas partes: uma de 3,5% neste mês e outra, de 2,5%, em agosto.

O sindicato dos servidores pede 10,41%, que seria a reposição da inflação. Durante a semana, protestos foram realizados na Câmara de Vereadores e em ruas na região Central da cidade.

Quem precisou de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) acabou precisando voltar para casa sem atendimento. A dona de casa Daniela dos Santos conta que foi surpreendida com o cancelamento de um pré-natal que estava agendado para esta quarta-feira na unidade que fica no bairro Júlio de Mesquita. Isto porque a ginecologista dela aderiu à greve. “A consulta era para ver os exames, como está o bebê, o coração e o ultrassom. Tem que esperar agora. Não é fácil”, diz a mulher que esta grávida de cinco meses.

No posto do bairro, seis dos 15 funcionários aderiram à paralisação. Na UBS, apenas as consultas agendadas estão sendo realizadas pelos médicos que foram trabalhar. Quem vai até o local em busca de um encaixe está sendo orientado a agendar a consulta para outro dia. Casos de urgência e emergências são atendidos normalmente.

Já na unidado do Wannel Vile, as consultas foram realizadas normalmente. Parte dos funcionários não foram trabalhar, entre eles enfermeiors, técnicos e do setor administrativo. A orientação do Sindicato dos Médicos, que não participa da greve dos servidores municipais, é que os médicos compareçam ao serviço, porém não realizem as consultas.

Creches
A paralisação também atingiu unidades de ensino. No Centro de Educação Infantil do Júlio de Mesquita, a CEI 82, 210 crianças de zera a três anos deixaram de ser atendidas. Funcionários informaram que os pais foram orientados na terça-feira (22) a não trazerem os filhos para escola por causa da greve. A mesma orientação foi dada para os responsáveis pelas crianças das creches dos bairros Vila Rica e Éden, que também não funcionaram nesta quarta feira.

Pelo menos 3,5 mil pessoas participam do ato, segundo o sindicato; 500 de acordo com a PM (Foto: Jomar Bellini/G1)

Pelo menos 3 mil pessoas participam do ato na prefeitura, segundo o sindicato; 500 de acordo com a PM (Foto: Jomar Bellini/G1)

Funcionários da base operacional do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) também não trabalharam hoje. Cerca de 60 funcionários protestaram em frente a unidade na avenida Camilo Julio.

“Serviços de tapa-buraco, serviços de rua, troca de hidrômetro, fatalmente serão prejudicados. Porém os serviços essenciais, como o fornecimento de água e esgoto, não serão prejudicados”, diz o vice-presidente do sindicato, Eliel Marcuço.

Já os funcionários da Guarda Civil Municipal (GCM) não paralisaram os serviços por conta de uma escala montada para o feriado de Páscoa.

Liminar
O prefeito de Sorocaba, Antonio Carlos Pannunzio, afirmou que o protesto prejudica o atendimento a população. O chefe do Executivo comentou também a liminar expedida pela justiça determinando que 50% dos funcionários continuem a trabalhar nas áreas de Saúde, Educação e Segurança. O sindicato afirmou de manhã que ainda não havia sido notificado.

“Com 50% teremos condições de manter todas as unidades escolares abertas. Não estou dizendo que isso é uma maravilha. Com dificuldades, concentrando alunos, talvez ter que dispensar alguma classe, mas não fechar como aconteceu [hoje]”, exemplifica.

Servidores públicos fizeram passeata no primeiro dia de greve em Sorocaba (Foto: Jomar Bellini/G1)

Servidores públicos fizeram passeata no primeiro dia de greve em Sorocaba (Foto: Jomar Bellini/G1)

 

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