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Pássaros ameaçam voos que partem e chegam a Congonhas e Guarulhos
Na quarta, ave entrou na turbina de voo da TAM e assustou passageiros. Brasil registrou mais de 8 mil colisões em 4 anos, com 2 mortes, diz FAB.
A quantidade de urubus na região do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, e o de Congonhas, no centro da capital, é grande e surpreende os pilotos.
Na última quarta-feira (27), uma ave bateu na turbina de um avião da TAM que havia acabado de decolar para Porto Alegre e teve que retornar a Cumbica. O piloto, ao relatar o problema aos passageiros, anunciou que tinha sido uma ave que tinha entrado dentro da turbina do avião, um quero-quero, segundo passageiros.
Das dez aves que mais se envolveram em colisões com aeronaves, segundo a Aeronáutica, estavam todos os tipos de urubus, tesourões, albatrozes, patos, garças e gaivotas. Segundo dados da Aeronáutica, no Brasil, nos últimos 4 anos, foram relatadas mais de 8 mil colisões de aves com aviões, com duas mortes. Mas as autoridades acreditam que este número seja quatro vezes maior.
O empresário Márcio Françozo estava a bordo do voo da TAM com a mulher, Ellen. Recém-casados, eles foram passar a lua de mel em Gramado, na Serra gaúcha.
“Teve uma explosão, saiu um pouquinho de fogo e aí explodiu de novo, falhou, começou a falhar, tremer tudo o avião, balançar tudo o avião e aí deu umas 6 explosões. Aí o pessoal todo que tava do lado direito, do lado de direito da asa, foi o motor do lado direito que explodiu, todo mundo começou a ficar apavorado, apavorado”, disse Françoso.
A estudante Ellen disse que nunca vai esquecer a primeira vez que ela voou. “A gente não sabe o que é normal ou não. Então qualquer oscilação que tenha no avião, já é porque vai cair o avião”.
Na quinta-feira (28), o problema foi nos Estados Unidos, quando um pássaro amassou o nariz de um avião bem onde fica o radar meteorológico. O Airbus, que ia para Dallas, teve que voltar para Seattle e os passageiros seguiram em outro avião. A empresa American Airlines vai recolher restos das penas e dos ossos da ave para saber qual espécie era e descobrir porque ela estava junto ao aeroporto.
Em Nova York, em 2009, duas aves entraram nas duas turbinas de um avião que tinha acabado de decolar. O piloto nem pôde voltar para a pista e fez o pouso de barriga no rio Hudson. Salvou toda a tripulação e os 155 passageiros que só sofreram com o frio de -6.
O tenente-coronel Henrique Rubens Balta de Oliveira, do gerenciamento de risco de fauna do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), diz que o impacto da ave é grande.
“Você imagina um avião que caia, que tenha fogo, após o impacto, que não tenha sobrevivente, como é que a gente vai dizer ou achar um resquício de material orgânico pra identificar que foi uma colisão com fauna? Além dessas duas mortes confirmadas, a gente tem também um acidente que aconteceu em 2006 com grande possibilidade de ter sido fauna. Porque, no meio dos destroços do helicóptero, foi encontrada uma carcaça de um urubu”, explica ele.
Alagoas
Na terça-feira, um voo foi cancelado em Alagoas, quando um pássaro ficou preso na turbina de um avião. Fiscais interditaram o lixão vizinho ao aeroporto. O diretor de segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Mateus Ghisleni, acredita que, se a questão dos lixões fosse resolvida, o número de ocorrências cairia.
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