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Cientistas encontram 74 genes relacionados ao desempenho escolar
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Genética é responsável por 0,43% das diferenças no tempo de estudo entre os indivíduos. Bom desempenho depende, antes de tudo, de fatores externos
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cEm uma pessoa desprovida de quaisquer genes relacionados ao desempenho escolar, o resultado seria 2 meses e meio a menos de estudos (Thinkstock/)
Uma equipe de 253 cientistas de diversas partes do globo descobriu 74 genes relacionados ao grau de escolaridade das pessoas. A pesquisa, publicada na última quarta-feira (11) na revista científica Nature, identificou que fatores genéticos têm um papel – pequeno, no entanto – no bom desempenho escolar.
“As pequenas diferenças genéticas que encontramos podem ajudar a compreender o motivo pelo qual certas pessoas são mais suscetíveis de ter um declínio cognitivo precoce”, afirmou o professor e coautor do estudo Peter Visscher, do Queensland Brain Institute, na Austrália.
De acordo com os pesquisadores, a influência dessas 74 variações genéticas – a maioria relacionada a desenvolvimento cerebral – é sutil: a genética é responsável por 0,43% das diferenças de tempo de estudo entre os indivíduos. Para a combinação de genes que tem mais impacto, a diferença entre as pessoas que não são portadoras dos genes e aquelas que têm essa carga de ambos os pais “prevê, em média, cerca de nove semanas de escola a mais”, detalha Daniel Benjamin, coautor do estudo, da Universidade da Califórnia do Sul (USC), em Los Angeles. Ou seja: em uma pessoa desprovida de quaisquer genes relacionados ao desempenho escolar, o resultado seria 2 meses e meio a menos de estudos.
O papel da genética no sucesso dos indivíduos é um assunto delicado e os pesquisadores caminham com cautela para que o estudo não seja mal interpretado. De acordo com a pesquisa, a maior explicação para o tempo de estudo das pessoas ainda está nas relações familiares, ambiente social e condições de saúde. Daniel Benjamin alerta que qualquer utilização simplista dos resultados do estudo pode levar cientistas a falar de supostos “genes para a educação”. “Isso seria totalmente enganoso”, reforça o pesquisador, lembrando que o bom desempenho escolar depende, antes de tudo, dos fatores externos.
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