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Funcionários calculam que 1,5 mil livros de escola foram para reciclagem

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Material já foi comprado por empresa da capital que recicla papéis. Alunos registraram livros sendo arremessados em Sorocaba; veja vídeo.

Pelo menos 1,5 mil livros foram retirados da escola estadual Doutor Julio Prestes de Albuquerque, conhecida como Estadão, em Sorocaba (SP), segundo estimativa de funcionários da Coreso, uma cooperativa de reciclagem da cidade. Os livros foram enviados ao local depois de serem jogados fora pela unidade. A cena foi registrada por alunos e causou indignação. (Veja o vídeo acima)

O assunto causou polêmica por conta de vídeos que mostram o descarte do material. As imagens mostram os livros sendo jogados pela janela do segundo andar do prédio até o pátio. As publicações formaram uma “montanha” no pátio da unidade na última terça-feira (11) e o caso está sendo investigado pela Diretoria de Ensino, que afirmou não ter autorizado.

Os alunos, que continuam revoltados com a situação, contam que os livros ficavam em uma sala fechada e que não teriam acesso ao material. “Tudo bem que está antigo, faz uma doação. Doa para criança, que adora brincar, desenhar, recortar. Doa para uma família. Reúne e doa para as bibliotecas que não têm, para outras escolas. Mas não fazer essa situação”, critica a estudante Kelen Fernandes. Para outras, como Andressa Camargo, o descarte é considerado “uma falta de respeito”.

Segundo a também estudante Witney Sampaio, depois da repercussão, a direitoria tentou explicar para os alunos o que aconteceu, afirmando que os livros estavam velhos. “Falaram que os livros eram antigos e não tinham mais uso, com isso tiveram que mandar para reciclagem”, conta.

Agora, as publicações foram separadas e vendidas para uma empresa de São Paulo, que processa o material. Segundo os funcionários, foram pelo menos de dias de viagens para levar os livros da escola até o galpão da Coreso. “Vai para a produção de bandeja de frutas, papel toalha, papel higiênico”, explica a presidente da Coreso, Patrícia de Sene.

Livros foram jogados pela janela de escola (Foto: Reprodução/TV TEM)

Livros foram jogados pela janela de escola (Foto: Reprodução/TV TEM)

Polêmica
No vídeo, é possível ver ainda que alguns estudantes se arriscam e sobem na pilha de livros para pegar algumas publicações. A escadaria do pátio onde o descarte era realizado não estava interditado, mas sinalizado apenas com latas de lixo que não impediam a passagem pelo local.

Entre eles, estavam obras de escritores da literatura nacional, como Monteiro Lobato, e internacional, como Nicolau Maquiavel e William Shakespeare. Entre as publicações descartadas também constam alguns atlas geográficos.

“Eu achei bem estranho porque são conteúdos históricos sendo jogados pela janela e que podem nunca mais serem recuperados”, diz o estudante do curso de alemão, José Roberto Galan Júnior, que presenciou a cena. Nas redes sociais, o assunto também vem causando discussões. “Para o governo são apenas papéis velhos acumulados em uma sala”, escreveu um usuário em uma página do Facebook.

Ainda conforme a nota da regional de Sorocaba, a Diretoria de Ensino diz que repudia qualquer desperdício de material e que vai punir os responsáveis. A Diretoria também afirma que o Estadão tinha um acervo com mais de 4 mil livros na sala de leitura e que o espaço continua sendo usado pelos alunos todos os dias.

Escola recebe críticas após jogar livros pela janela em Sorocaba (Foto: Reprodução/TV TEM)

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