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Celina Leão acusa Liliane Roriz de mentir em depoimentos ao MP-DF

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Distrital afirmou que MP foi enganado e que entrou com ação na Justiça na sexta-feira (2). Liliane disse que não iria se pronunciar.

Celina Leão durante entrevista coletiva na Câmara Legislativa do DF (Foto: Gabriel Luiz/G1)

A deputada distrital Celina Leão (PPS) afirmou nesta segunda-feira (5) que pediu à Justiça na última sexta para que a deputada Liliane Roriz (PTB) seja condenada por obstrução judicial, fraude processual e falso testemunho. Segundo Celina, o Ministério Público foi “enganado” pela rival política, que mentiu ao denunciar o suposto esquema de desvio de verba da Câmara Legislativa.

Procurada, a assessoria da deputada Liliane Roriz disse que não iria se pronunciar sobre as acusações. Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um grupo de seis empresas que prestam serviços de UTI. Segundo as denúncias, o repasse acabou beneficiando deputados, que foram denunciados pelo MP por corrupção passiva e podem ter os mandatos suspensos.

“É bom relembrar que a deputada Liliane é minha inimiga pública. A deputada Liliane Roriz fraudou o processo para que escapasse de seu processo de cassação e se livrasse de seus processos na Justiça. Não aconteceu absolutamente nada. Foi parte da trama da própria deputada, que se via em dificuldade em seus processos judiciais e tinha dificuldade aqui na Casa”, afirmou Celina.

No dia em que os áudios foram divulgados pela TV Globo, Liliane seria julgada pelo Tribunal de Justiça em um processo que poderia cassar a possibilidade de ela se reeleger. A audiência tinha sido adiada por falta de quórum. Em outra sessão, os desembargadores decidiram por absolvê-la.

Gravações revelam diálogos entre a deputada Liliane Roriz e o ex-senador Luiz Estevão
Para Celina, a denúncia do MP na operação Drácon é “fraca porque foi baseada em uma mentira”. Como argumento, a presidente afastada da Câmara afirma que Liliane mentiu ao MP por ter mudado de versões no depoimento e atrapalhou as investigações por ter, segundo ela, apagado cerca de 700 áudios do seu celular.

Segundo a deputada do PPS, Liliane disse inicialmente que a emenda destinada a empresas de UTI saiu sem seu conhecimento e não era de sua autoria. Em um segundo depoimento, Liliane afirmou ter ficado insatisfeita “ao saber que suas emendas, destinadas à saúde, acabavam não sendo concretizadas nos termos consignados”. Ainda de acordo com Celina, o fato de um assessor de Liliane ter anexado a minuta (texto inicial) da emenda comprova que ela era de autoria da rival.

Celina afirma ainda que houve “uma série de equívocos” na investigação. “Aconteceram muitos erros nesse processo. Agora, as instituições são maiores que as pessoas. As pessoas podem errar, levadas por falsas informações, falsos sentimentos. Mas é um momento de se investigar a todos”, continuou a distrital.

Entenda as denúncias
Nos áudios feitos por Liliane, Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um grupo de seis empresas que prestam serviço de UTI. Segundo as denúncias, o repasse acabou beneficiando deputados da Mesa Diretora.

Em entrevista exclusiva à TV Globo, Liliane detalhou parte do suposto “acordo”. Segundo ela, a negociação tratava de uma “sobra orçamentária” de R$ 30 milhões, destinada originalmente à reforma de escolas e unidades de saúde.

No começo de dezembro, os distritais aprovaram uma mudança no texto, direcionando o aporte para pagar dívidas do Palácio do Buriti com prestadoras de serviço em UTIs. O esquema teria sido montado pelo distrital Cristiano Araújo (PSD), que nega a acusação. Pela denúncia, o acordo envolveria repasse aos deputados de 7% sobre o valor das emendas.

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