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A uma semana do fim do prazo, 275 mil já fizeram indicação do Nota Legal
Secretaria de Fazenda estima que 110 mil outros contribuintes procurem sistema para definir desconto no IPVA ou IPTU. Confira regras do programa.
A Uma semana do fim do prazo, 275 mil contribuintes já indicaram como querem usar o credito do Nota Legal, informou a Secretaria de Fazenda do Distrito Federal nesta quinta-feira (26). A pasta estima que nestes últimos dias, até 110 mil outras pessoas procurem o sistema para definir se querem desconto nos impostos sobre automóvel (IPVA) ou imóvel (IPTU).
Ao todo, há cerca de 1 milhão de inscritos no programa. Para utilização dos descontos, o consumidor deve ser cadastrado no site e pedir a inclusão do CPF nas compras que realizar. O prazo para indicação na edição deste ano termina em 31 de janeiro.
Não há limites para acúmulos dos créditos. Caso o consumidor consiga créditos suficientes, é possível abater integralmente um dos impostos indicados.
Em junho, os consumidores que quiserem receber os créditos em dinheiro poderão indicar a conta bancária em que os valores deverão ser depositados. No entanto, essa opção é apenas para quem não tem imóvel ou veículo registrado no DF.
Investigação
Neste mês, a secretaria abriu investigação contra uma mulher que anunciou na internet a venda de créditos do Nota Legal. Na postagem, ela ainda oferecia desconto pela transação. Segundo a secretaria, será apurado se o programa foi usado dentro das regras e se a acumulação de créditos ocorreu de forma regular.
“Negocio pagamento de IPTU ou IPVA com os créditos da minha nota legal. Faço desconto”, dizia o anúncio público postado na segunda-feira (9). Cinco dias depois, ele já tinha sido apagado. Procurada, a mulher negou que estivesse comercializando.
Ela diz que tomou a decisão porque não pode usar no IPVA porque o carro não é do DF e não pode sacar o dinheiro porque tem imóvel. Ela afirmou ter recebido a orientação para “repassar” o que acumulou.
“A própria secretaria falou que o que posso fazer é pagar para terceiros, no caso meus amigos. Caso contrário, meus créditos excedentes expiram.”
Ela também disse que já usou os créditos para abater impostos sobre o imóvel, mas que ainda assim sobra saldo. “Já tenho do ano passado sobrando. Deviam deixar sacar nesse caso.”
Pelas regras do Nota Legal, existe a possibilidade de transferir os créditos para terceiros. Por isso, é frequente uma família usar o CPF de um dos membros na hora de fazer compras. No regulamento do programa, no entanto, não há menção à possibilidade de poder “negociar” os créditos de alguma forma.
“A utilização de créditos para abater em lançamento de IPTU ou IPVA de bem de titularidade de terceiros poderá ser condicionada à validação dos dados cadastrais do consumidor que efetuar a indicação”, estabelece a portaria que regulamenta a concessão de créditos do Nota Legal.
Entenda o programa
O Nota Legal foi criado em 2008, com o objetivo de forçar empresas a emitir documentos fiscais, a fim de evitar a sonegação de impostos e aumentar a arrecadação do governo. A possibilidade de abater os créditos em impostos só teve início em 2010. Há cerca de 1 milhão de inscritos no programa, diz a Secretaria de Fazenda.
Não há limites para acúmulos dos benefícios. Caso o consumidor consiga créditos suficientes, é possível abater integralmente um dos impostos indicados. O prazo para conseguir abatimento no IPVA e IPTU deste ano termina em 31 de janeiro.
Em junho, os consumidores que quiserem receber os créditos em dinheiro poderão indicar a conta bancária em que os valores deverão ser depositados. No entanto, essa opção é apenas para quem não tem imóvel ou veículo registrado no DF.
Caso de fraude
Em setembro de 2016, um funcionário de um escritório de contabilidade acusado de fraudar o Nota Legal teve que repassar os R$ 4,7 mil obtidos irregularmente ao Lar dos Velhinhos Francisco de Assis, no Park Way. De acordo com a denúncia à 3ª Vara Criminal de Brasília, ele se aproveitou do acesso que tinha aos dados de diversas empresas para criar notas fiscais falsas.
O homem teria gerado créditos para que nem ele, amigos e familiares precisassem pagar o Imposto sobre IPVA e IPTU dos anos de 2013 e 2014. Com o acordo, o processo por crime contra a ordem tributária fica suspenso. A pena podia chegar a três anos e quatro meses de detenção, além de pagamento de multa.
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