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Mesmo investigada, ONG que obriga doação de parte do 1º salário segue funcionando em SP

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Entidade Agefes-Paz é investigada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Secretaria da Segurança Pública.

ONG investigada tinha grande aglomeração na manhã desta quarta-feira (30) (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)

ONG investigada tinha grande aglomeração na manhã desta quarta-feira (30) (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)

A ONG investigada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) por obrigar candidatos a doarem R$ 300 do primeiro salário segue funcionando normalmente. A reportagem esteve no local na manhã desta quarta-feira (30) e o local continua com longas filas.

No começo do mês que a ONG Agefes-Paz, na Rua Cardeal Arcoverde, em Pinheiros, obriga que os interessados se comprometam com a doação do valor, que seriam destinados à compra de cesta básica para crianças com câncer. Após a reportagem, o MPT abriu um procedimento para investigar o local, que mudou sua versão e passou a dizer que a doação não era obrigatória.

Quase um mês depois, na manhã desta quarta-feira (30), um funcionário, atrás de uma pequena janela do tamanho do rosto, disse à reportagem que a doação “não era obrigatória e que o local seguirá ajudando os necessitados”.

Na fila estava o desempregado Sandro da Silva, de 34 anos, que acordou ainda de madrugada e veio de Cubatão tentar uma vaga. Ele está há 5 meses desempregado e não sabia da taxa cobrada, mas, caso tenha que pagar, irá se sujeitar a isso. “Tudo que tiver eu vou. Tenho um casalzinho de gêmeos. Não posso estar escolhendo”, disse.

Túlio Sérgio Vieira, de 51 anos, também saiu de madrugada de Santos em busca de uma oportunidade na ONG. “Na Baixada [Santista] está todo mundo sabendo [das vagas]”. A informação que corria entre os candidatos era de que o local irá selecionar trabalhadores para uma grande obra do Metrô. No entanto, o Metrô informou que não tem “nenhuma parceria” com a Agefes-Paz.

ONG investigada tinha filas na manhã desta quarta-feira (30) (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)

ONG investigada tinha filas na manhã desta quarta-feira (30) (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)

Investigação do MPT

O Ministério Público do Trabalho disse que, em depoimento, a responsável pela ONG negou todas as acusações. Na semana passada, ela recebeu o prazo de 10 dias para entregar documentos que comprovem o que foi dito. O órgão não soube precisar a data exata em que isso foi pedido.

O MPT ainda disse que deu prosseguimento ao inquérito, e que está em busca de documentos que comprovem ou não as irregularidades.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) investiga a ONG por estelionato. A Polícia Civil informou que a representante legal da instituição compareceu ao 14º DP (Pinheiros) e exibiu termo de audiência junto ao Ministério Público do Trabalho, que acompanha o caso por meio de procedimento instaurado. “Cabe esclarecer que não houve registros de boletins de ocorrência contra a entidade até o momento”, diss a SSP.

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