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Ex-primeiro-ministro escocês é preso por 11 acusações de abuso sexual

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De acordo com imprensa escocesa, duas mulheres da equipe de Salmond denunciaram atos de assédio sexual dentro da casa oficial dos primeiros-ministros

Alex Salmond: Ex-primeiro-ministro foi preso nesta quinta (Russell Cheyne/Reuters)

O ex-primeiro-ministro escocês Alex Salmond, que em 2014 conduziu a região a um referendo sobre a independência, foi detido nesta quinta-feira e acusado de duas tentativas de estupro e nove agressões sexuais.

Após comparecer perante um tribunal de Edimburgo, Salmond alegou ser inocente. “Sou inocente de todo crime, seja ele qual for”, declarou ele à imprensa, prometendo se “defender até o fim nos tribunais”.

Mais cedo, nesta quinta-feira, uma porta-voz da polícia confirmou à AFP “que um homem de 64 anos foi detido e acusado”.

Salmond liderou até 2014 o Partido Nacionalista Escocês (SNP), que governa a região.

Os fatos atribuídos ao ex-dirigente nacionalista, que governou a Escócia até um referendo de independência vencido pelo “Não”, remontam a 2013. Salmond foi primeiro-ministro de 2007 a 2014.

De acordo com a imprensa escocesa, duas mulheres que integravam sua equipe denunciaram atos de assédio sexual que teriam acontecido na residência oficial dos primeiros-ministros da Escócia.

Salmond sempre negou com veemência as acusações. Em agosto, ele anunciou a saída do SNP para não prejudicar o partido.

Nicola Sturgeon, que sucedeu Salmond como primeira-ministra escocesa e líder do SNP, expressou na ocasião sua “enorme tristeza” com a saída daquele que foi seu “amigo e mentor durante três décadas”, mas destacou que as denúncias deveriam ser examinadas e não poderiam ser “escondidas debaixo do tapete”.

“A causa da independência, a qual ele e eu dedicamos toda nossa vida, vai além do caso de apenas um indivíduo. E o trabalho que temos que fazer para conquistar a independência é mais importante hoje do que nunca”, disse Sturgeon.

Salmond afirmou que abandonava o SNP, do qual foi membro durante 45 anos – 20 deles como dirigente – para evitar divisões dentro do partido e para impedir ataques de outros partidos políticos.

Mas a saída não impediu um cisma dentro do SNP entre os que apoiam Salmond e os que defendem Sturgeon.

Após uma investigação interna foi o atual governo escocês que informou a polícia sobre as acusações de assédio sexual.

Salmond, que era contrário ao procedimento ante a justiça, conseguiu no início de janeiro que a decisão do governo fosse declarada “injusta do ponto de vista de procedimento e aparentemente tendenciosa”.

O líder independentista recebeu com satisfação a “vitória franca e maciça” e agradeceu a seus advogados, parentes e as “mais 4.000 pessoas que ajudaram a arrecadar fundos para (financiar) o procedimento legal”.

A campanha de arrecadação para ajudar a pagar por seus honorários legais provocou reações de indignação.

O porta-voz dos nacionalistas escoceses ironizou que o “mais famosos dos ex-primeiros-ministros escoceses” pediu dinheiro aos partidários do SNP para “processar o governo que ele dirigia”.

Ex-funcionário e economista do Banco da Escócia, o destino de Salmond mudou quando assumiu o controle do SNP em 1990, uma formação muito heterogênea que ajudou a mudar.

Depois de abandonar o partido em 2000, voltou ao comando e foi eleito primeiro-ministro da Escócia em 2007.

Em 2011, sob sua liderança o SNP obteve a maioria absoluta no Parlamento escocês.

No referendo de setembro de 2014 sobre a independência da Escócia, o “Não” foi vitorioso, o que levou à renúncia de Alex Salmond em novembro do mesmo ano. Fonte: Portal Exame

 

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