Como os financiamentos têm garantia do Tesouro, a conta poderá ficar com a União
A maior parte das dívidas é de empréstimos para obras tocadas nesses países por construtoras brasileiras, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa (Pilar Olivares/Reuters)
Brasília — O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender transparência nos negócios feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com Cuba e Venezuela durante os governos do PT. O presidente disse que vai conversar com o presidente do BNDES, Joaquim Levy, sobre o assunto.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que Venezuela, Cuba e Moçambique acumulam R$ 2,3 bilhões em dívidas atrasadas com o BNDES, segundo câmbio de quarta-feira, dia 3. Se esses países não honrarem o pagamento, o governo brasileiro terá de cobrir o calote.
O risco de não pagamento apenas de Venezuela e Cuba levou o banco a registrar perdas de R$ 4,4 bilhões no balanço financeiro de 2018, divulgado na semana passada. A cifra equivale a tudo que o BNDES ainda tem a receber dos dois países.
A maior parte das dívidas é de empréstimos para obras tocadas nesses países por construtoras brasileiras, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. Como os financiamentos têm garantia do Tesouro, a conta poderá ficar em Brasília. O projeto de Orçamento de 2019 já prevê R$ 1,4 bilhão de gastos para cobrir calotes.
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