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Após frear consumo, estado de SP volta a gastar mais água no inverno

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Em março, 82% dos prédios pouparam água; em junho, redução foi de 76%. Levantamento foi feito pela empresa de administração condominial Lello.

Os condomínios de São Paulo aumentaram o consumo de água no início do inverno, estação de maior estiagem no estado. Em março deste ano, 82% dos prédios residenciais conseguiram economizar, mas nas contas pagas em julho (referentes ao consumo de junho), a redução do consumo atingiu 76% dos condomínios.

O cálculo compara as contas de água de cada mês consumo médio do período entre janeiro de 2013 e fevereiro de 2014, antes do agravamento da crise hídrica em São Paulo. O levantamento foi feito pela empresa de administração condominial Lello, com base nas faturas de 1,7 mil empreendimentos da capital, região do ABC, Campinas e litoral do estado.

Desde fevereiro de 2014, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) oferece desconto na fatura para quem economizasse água e isso estimulou a redução do consumo. A economia financeira com o bônus na fatura foi, em média de R$ 1.870 por empreendimento em junho, de acordo com a Lello. O valor é 8,7% menor à média de R$ 2.151 de economia por prédio verificada em março.

Segundo o último balanço divulgado pela Sabesp, a Região Metropolitana de São Paulo atingiu 83% de redução de consumo em junho, a mesma taxa atingida em maio. O resultado é considerado o mais alto desde o início do programa.

A gerência da empresa de administração condominial Lello confirmou que a maioria dos prédios tem mantido um grande esforço para poupar água, mas classificou os dados como um “sinal amarelo”, já que o nível dos reservatórios ainda continua baixo.

Nesta segunda-feira (10), o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira, o mais afetado pela crise hídrica, caiu pela nona vez consecutiva no mês de agosto e opera com 17,8% da sua capacidade, segundo a Sabesp. Os demais sistemas que abastecem a Grande São Paulo também registraram nova queda nesta segunda.

O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, disse que existe uma preocupação particular com o mês de agosto no Sistema Alto Tietê, mas garantiu não existir uma situação de emergência na Grande São Paulo. No fim de julho, a Sabesp pedir aos órgãos reguladores um aval para tirar mais água do Cantareira e aliviar o Alto Tietê.

O fato que os reservatórios caiam é previsível. A dúvida é: fazendo simulações, ele fica vazio antes do final do ano? A resposta é não. As simulações não indicam isso então é por isso que eu posso afirmar que não se vislumbra rodízio em 2015″, disse.

O governo e a Sabesp prometem para setembro a entrega da maior obra contra a seca prevista para 2015: a interligação dos sistemas Rio Grande e Alto Tietê. Quando estiver concluída, haverá transferência de 4 mil litros de água por segundo ao Alto Tietê, que abastece 5 milhões de pessoas na Grande São Paulo.

Mês seco do ano
Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), órgão vinculado à Prefeitura, agosto é tradicionalmente o mês mais seco do ano. Há duas semanas não chove na capital paulista. O meteorologista do CGE Adilson Nazário afirmou que embora a previsão para agosto indique chuva dentro do esperado para a cidade, os registros até o momento apontam que dificilmente esse patamar será atingido até o fim do mês.

O tempo seco registrado nos últimos dias em São Paulo é consequência de um bloqueio formado por um sistema de alta pressão atmosférica que atua sobre grande parte do país. Por isso, a massa de ar seco continua atuando sobre o estado paulista, o que mantém o tempo estável com temperaturas baixas nas madrugadas e em elevação no decorrer do dia.

Desconto e multa
O programa de bônus foi lançado em fevereiro de 2014 na Região Metropolitana de São Paulo e em maio do ano passado para cidades do interior paulista atendidos pela Sabesp. É oferecida bonificação de 30% para quem reduz o consumo em mais de 20%. Quem reduz o consumo entre 15% e 20% tem direito a bonificação de 20%. Quem economiza entre 10% e 15% ganha bônus de 10%.

A tarifa de contingência é cobrada dos clientes cujo consumo mensal ultrapassar a média apurada no período de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.

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