Banco Central bloqueia três participantes do Pix por ligação com ataque à C&M Software

O Banco Central decidiu suspender temporariamente três instituições de pagamento (IPs) do sistema Pix devido a suspeitas de envolvimento em um desvio milionário por meio de acesso ilegal à C&M Software. Estima-se que aproximadamente R$ 800 milhões foram apropriados de forma fraudulenta, configurando um dos maiores incidentes cibernéticos no setor financeiro brasileiro.

As instituições suspensas são Transfeera, Soffy e Nuoro Pay. A Transfeera, autorizada pelo Banco Central desde 2023, presta serviços de gestão financeira para empresas. Já as fintechs Soffy e Nuoro Pay operam sem autorização oficial do BC, participando do Pix através de parcerias com outras instituições.

Sediada no centro de Curitiba (PR), a Transfeera iniciou suas operações em 2017, com capital de R$ 9,4 milhões. A Soffy, criada em Atibaia (SP), foi fundada com investimento inicial de R$ 1 milhão. A Nuoro Pay nasceu em 2011, com capital de R$ 1,2 milhão, e está localizada na Avenida Brigadeiro Faria Lima, área que concentra diversas fintechs importantes no país.

A suspensão, que pode durar até 60 dias conforme regulamentação do Banco Central, foi inicialmente reportada pelo portal Finsiders Brasil e posteriormente confirmada por fontes internas ao jornal O Globo.

No âmbito criminal, a Polícia Civil de São Paulo prendeu um colaborador da C&M Software suspeito de participação no esquema. João Nazareno Roque, operador de TI da empresa, admitiu ter sido induzido por terceiros para acessar ilegalmente os sistemas da companhia.