Brasileiros presos em Israel podem aceitar acordo para deportação; oito resistem

Uma equipe da Embaixada brasileira em Tel Aviv realizou uma visita de mais de oito horas aos 13 brasileiros detidos no Centro Prisional de Ktzi’ot, conforme informações do Itamaraty.

Esses brasileiros faziam parte da flotilha humanitária Global Sumud, que foi interceptada pelas forças israelenses ao tentar levar suprimentos à Faixa de Gaza. O grupo integrava uma missão formada por 40 barcos, que partiu para entregar ajuda ao povo palestino.

De acordo com representantes do Itamaraty, os detidos encontram-se em boas condições de saúde. Os próprios presos informaram que o governo de Israel lhes ofereceu a chance de assinar um documento para serem enviados de volta ao Brasil.

Até agora, cinco dos 13 brasileiros manifestaram interesse em aceitar esse acordo. Aqueles que rejeitarem poderão enfrentar processos judiciais em Israel, os quais podem resultar também em deportação, embora o tempo desse procedimento seja incerto.

A prisão de Ktzi’ot é a maior do território israelense, localizada aproximadamente 100 quilômetros ao norte da capital, e os detidos encontram-se separados em grupos de acordo com o gênero. Entre eles está a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE).

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), declarou ter sido informado sobre a detenção da deputada e solicitou que o Itamaraty ofereça todo o suporte necessário para garantir que direitos e prerrogativas dela e dos outros brasileiros sejam respeitados.

Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores condenou a ação militar israelense, ressaltando que a detenção configura violação de direitos e coloca em risco a integridade física dos manifestantes pacíficos.

A flotilha Global Sumud, cujo nome significa “resiliência” em árabe, é um grupo humanitário dedicado a tentar superar o bloqueio na Faixa de Gaza para entregar mantimentos essenciais.

A operação começou a partir de Barcelona, Espanha, em 31 de agosto, com 45 embarcações e mais de 500 participantes. Entre os ativistas estavam a sueca Greta Thunberg, o brasileiro Thiago Ávila, o ator irlandês Liam Cunningham e uma delegação brasileira composta por 17 membros.