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Brics no Rio: Cúpula com cautela sem Xi e Putin

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Sem a presença do presidente chinês Xi Jinping e do presidente russo Vladimir Putin, o Brics realizará sua cúpula nos dias 6 e 7 de junho no Rio de Janeiro, com um tom cauteloso diante das políticas do ex-presidente americano Donald Trump. A reunião anual ocorrerá na capital fluminense, que contará com uma ampla segurança das Forças Armadas.

O encontro contará com representantes de 11 países incluindo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, países que juntos somam quase metade da população global e aproximadamente 40% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

O anfitrião Presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrentará a situação das ausências importantes, pois Xi Jinping participará pela primeira vez desde 2012 e Putin está sujeito a um mandado de prisão internacional por acusações relacionadas à guerra na Ucrânia. O primeiro-ministro chinês Li Qiang representará a China, enquanto Putin pode participar virtualmente, segundo informações de Moscou.

Outros líderes, como o presidente do Irã Masoud Pezeshkian e o egípcio Abdel Fattah al Sissi, também estão fora da cúpula, segundo fonte do governo brasileiro. A atual crise no Oriente Médio e tensões comerciais internacionais também marcarão a reunião.

Na parte comercial, as tensões permanecem devido às ameaças de tarifas alfandegárias punitivas anunciadas por Trump a vários países. A expectativa é que a cúpula mantenha uma postura moderada, evitando menções diretas aos Estados Unidos na declaração final, conforme destaca a especialista em Relações Internacionais Marta Fernández, da PUC-Rio.

A China tem evitado se envolver diretamente na questão do Oriente Médio, e o grupo busca consenso mesmo diante das divergências internas, como as da Índia, que mantém acordos comerciais com os Estados Unidos.

O Brasil pretende guiar uma posição unificada sobre os grandes temas globais, como apontado pelo chanceler brasileiro Mauro Vieira, enfatizando o histórico do Brics em construir consensos.

Presidente Lula reiterou a defesa pela redução do uso do dólar nas transações comerciais do grupo, ainda que reconheça os desafios políticos envolvidos. A ex-presidente e atual presidente do banco do Brics, Dilma Rousseff, afirmou que tarifas e sanções são usadas como instrumentos de dominação política.

A presidência brasileira também busca avanços em assuntos como o combate às mudanças climáticas, governança da inteligência artificial e reformas de instituições multilaterais. O aumento do grupo em 2023 inclui países como Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, reforçando o papel do Sul Global na cena internacional.

Para garantir a segurança do evento, as Forças Armadas no Rio mobilizaram mais de 20 mil agentes e utilizarão caças equipados com mísseis para monitorar o espaço aéreo, uma medida não vista desde as Olimpíadas de 2016. Segundo o general Lúcio Alves de Souza, porta-voz da operação, apesar das ausências de líderes importantes, o contexto geopolítico atual exige um controle rigoroso dos riscos associados à cúpula.

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