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Com três bebês com superbactéria, GDF isola UTI neonatal de hospital
A Secretaria de Saúde isolou a UTI neonatal do HOSPITAL Materno Infantil de Brasília depois que EXAMES feitos em três bebês nesta semana apontaram a presença da superbactéria Klebsiella pneunoniae (KPC). De acordo com a pasta, o diagnóstico não significa que eles desenvolverão infecção, mas a medida foi adotada para evitar uma eventual propagação do microorganismo. Resistente a antibióticos, a superbactéria pode levar à morte.
A secretaria disse que os bebês estão isolados dos demais pacientes e passam por monitoramento cosntante para verificar se há ou não evolução do quadro. Os exames feitos nas crianças são considerados de rotina. O hospital disse que realiza controle rigoroso de prevenção e combate a infecções.
Questionamos a pasta a sobre a possível data para retomada das internações na UTI neonatal, mas não obteve retorno. Nesta quinta, o Diário Oficial do DF trouxe a exoneração, a pedido, do secretário de Saúde, José Bonifácio Carreira Alvim. Ele foi substituído pela subsecretária de Vigilância à Saúde, Marília Cunha.
Em 2010, casos notificados de pessoas infectadas pela KPC levaram a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a instituir normas de combate à bactéria.
Entre as medidas anunciadas estava a instalação de dispensadores de álcool em gel em todos os ambientes de atendimento nos hospitais e clínicas públicas e particulares.
Em 2009, de 1º de janeiro até o dia 15 de outubro, 18 pacientes morreram por conta da KPC no Distrito Federal. No mesmo período, foram registradas 183 pessoas portadoras da bactéria, das quais 46 tiveram infecção. A Secretaria de Saúde não informou o número total de casos desde então.
A KPC já foi identificada em MG, SP, DF, GO e SC. Ela faz parte da flora intestinal das pessoas e pode ser transmitida por meio do contato. As complicações costumam ocorrer somente em casos de pacientes com baixa imunidade, como os que estão com câncer em estágio avançado ou passaram por transplantes.
Como surge uma superbactéria
“Superbactéria” é um termo que vale não só para um organismo, mas para bactérias que desenvolvem resistência a grande parte dos antibióticos. Enzimas passam a ser produzidas pelas bactérias devido a mutações genéticas ao longo do tempo, que tornam grupos de bactérias comuns como a Klebsiella e a Escherichia resistentes a muitos medicamentos.
Outro mecanismo para desenvolvimento de superbactérias é a transmissão por plasmídeos. Plasmídeos são fragmentos do DNA que podem ser passados de bactéria a bactéria, mesmo entre espécies diferentes. Uma Klebsiella pode passar a uma Pseudomonas, e esta pode passar a uma terceira. Se o gene estiver incorporado no plasmídeo, ele pode passar de uma bactéria a outra sem a necessidade de reprodução.
No território nacional, além da KPC, circulam outras bactérias multirresistentes, como a SPM-1 (São Paulo metalo-beta-lactamase).
Entre os remédios ineficazes estão as carbapenemas, uma das principais opções no combate aos organismos unicelulares. Remédios como as polimixinas e tigeciclinas ainda são eficientes contra esses organismos, mas são usados somente em casos de emergência, como infecções hospitalares.
Fonte: G1
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