Economia
Comércio global deve crescer 7% e ultrapassar 35 trilhões em 2025
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) divulgou previsão de que o comércio mundial crescerá cerca de 7% em 2025, com o total das transações ultrapassando pela primeira vez o valor de US$ 35 trilhões, mesmo diante de tensões geopolíticas, custos elevados e desigualdades na demanda global que desaceleram esse crescimento.
De acordo com o relatório publicado pela instituição, isso representa um incremento aproximado de US$ 2,2 trilhões em comparação a 2024, impulsionado por um aumento de US$ 1,5 trilhão no comércio de bens e US$ 750 bilhões em serviços.
O documento destaca que, apesar da perda de ritmo no último trimestre, com crescimento estimado de 0,5% para bens e 2% para serviços, o avanço no comércio persiste.
A UNCTAD também informa que, após dois trimestres de alta, os preços dos bens devem diminuir, indicando que o crescimento no fim de 2025 será impulsionado principalmente pelo aumento das quantidades negociadas.
Além disso, o órgão alerta para uma possível redução no ritmo de expansão em 2026, devido a fatores como desaceleração do crescimento global, aumento da dívida, elevação dos custos comerciais e incertezas contínuas. Entre os destaques regionais, o comércio entre países do Sul global cresceu cerca de 8%, enquanto o Leste Asiático registrou alta de 9% nas exportações no último período de quatro trimestres.
Setorialmente, a indústria de transformação cresceu 10%, com o segmento de eletrônicos avançando 14%. A agricultura apresentou crescimento de 8% no terceiro trimestre, ao passo que o setor automotivo teve uma leve queda de 1%.
A UNCTAD também salienta que os desequilíbrios comerciais permanecem elevados, com o superávit da China cerca de US$ 30 bilhões superior em relação ao ano anterior. A entidade observa ainda um aumento nas práticas de friendshoring e nearshoring, em que países buscam estreitar laços comerciais com parceiros politicamente alinhados ou geograficamente próximos, reestruturando suas cadeias produtivas para garantir maior segurança.


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