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Conafer envolvida em esquema no INSS com núcleos políticos e financeiros
A Polícia Federal (PF) descobriu a existência de três núcleos dentro da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer) que participaram de um esquema para desviar R$ 640 milhões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por meio de fraudes nos descontos de mensalidades relacionadas a aposentados.
De acordo com as investigações, a entidade, presidida por Carlos Lopes, possuía núcleos político, financeiro e de comando. Na quinta-feira (13/11), a Conafer foi alvo da Operação Sem Desconto, com mandados de busca e apreensão e prisão de três ex-dirigentes do INSS, incluindo o ex-presidente Alessandro Stefanutto.
O Núcleo Político
O núcleo político e de apoio incluía o deputado Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e seus assessores, que asseguravam, em troca de propina, a manutenção do acordo que permitia os descontos ilegais em aposentadorias, além de proteger pessoas ligadas à Conafer de investigações.
Euclydes Pettersen recebeu ao menos R$ 14,7 milhões por meio de empresas no interior de Minas Gerais, sendo considerado o mais bem pago entre os beneficiários da propina. Os assessores Walton Cardoso Lima Júnior e André Luiz Martins Dias atuavam como operadores financeiros do deputado na região.
O Núcleo Financeiro
O empresário Cícero Marcelino de Souza Santos chefiava o núcleo financeiro, responsável por intermediar pagamentos ilícitos a agentes públicos e por lavar o dinheiro obtido ilegalmente. A PF encontrou mensagens que demonstram a cobrança e o repasse de valores entre envolvidos.
Entre os integrantes deste núcleo está também Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT), subordinado diretamente a Cícero Marcelino.
O Núcleo de Comando
O núcleo de comando tinha como líder o presidente da Conafer, Carlos Lopes, considerado o mentor do esquema. Ele orientava as fraudes, controlava as transferências financeiras e decidia a distribuição dos valores desviados.
Carlos Lopes também direcionava visitas a idosos para obtenção de assinaturas que eram usadas para formação de fichas falsas de filiação.
Prisões e Desdobramentos
Foram presos diversos envolvidos, entre eles:
- Alessandro Antônio Stefanutto, ex-presidente do INSS;
- Antonio Carlos Camilo, conhecido como Careca do INSS;
- André Paulo Félix Fidelis, ex-diretor do INSS;
- Virgílio Antonio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador do INSS;
- Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa de Virgílio;
- Carlos Lopes, presidente da Conafer;
- Tiago Abraão Ferreira Lopes, diretor da Conafer e irmão de Carlos Lopes;
- Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior, operador financeiro da Conafer;
- Cícero Marcelino de Souza Santos, lobista;
- Vinícius Ramos da Cruz, presidente do ITT.
O ministro do Supremo Tribunal Federal André Mendonça autorizou a operação e determinou o uso de tornozeleira eletrônica para alguns dos envolvidos.

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