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Conflito entre Tailândia e Camboja continua após trégua

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O Exército da Tailândia acusou o Camboja nesta terça-feira (29) de desrespeitar o acordo de cessar-fogo entre os dois países, afirmando que os confrontos persistiram apesar da trégua firmada.

As nações concordaram, na Malásia, em um “cessar-fogo imediato e sem condições”, válido a partir da meia-noite de 28 de julho de 2025, ao longo dos 800 km que compõem sua fronteira. Contudo, o porta-voz militar tailandês declarou que, assim que o acordo entrou em vigor, as tropas cambojanas lançaram ataques em várias áreas do território tailandês, caracterizando uma quebra intencional do acordo e uma tentativa de quebrar a confiança mútua.

O comunicado enfatiza que “a Tailândia está obrigada a responder de maneira apropriada, exercendo seu direito legítimo à autodefesa”.

Um repórter da AFP em Samraong, cidade cambojana situada a 20 km da fronteira, relatou que as explosões cessaram 30 minutos antes da meia-noite, com silêncio até a manhã seguinte. O primeiro-ministro do Camboja, Hun Manet, confirmou em seu Facebook que a linha de frente ficou tranquila após o início do cessar-fogo.

As hostilidades resultaram em 38 mortes nas últimas semanas e provocaram a evacuação de quase 300 mil pessoas, fato que levou à intervenção dos Estados Unidos. A disputa fronteiriça entre os dois países é antiga, herdada do período colonial francês, mas confrontos dessa escala não ocorriam desde 2011.

O acordo prevê reuniões dos comandantes militares de ambos os lados às 7h locais, antes do encontro do comitê transfronteiriço no Camboja em 4 de agosto.

“Fiquei muito feliz com a notícia, pois sinto falta do meu lar e dos meus pertences”, compartilhou à AFP Phean Neth, 45 anos, em um campo de deslocados no Camboja. “Minha felicidade é difícil de expressar.”

Até o momento, cerca de 138 mil tailandeses e mais de 140 mil cambojanos abandonaram suas casas por causa dos combates, conforme relatam as autoridades de Bangcoc e Phnom Penh, respectivamente.

O primeiro-ministro cambojano Hun Manet e seu colega interino tailandês, Phumtham Wechayachai, qualificaram o cessar-fogo como um passo crucial para reduzir tensões e restaurar paz e segurança. Ambos destacaram o papel ativo da China na mediação, conduzida pelo primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, presidente temporário da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Também mencionaram o apoio dos Estados Unidos, que buscam evitar sanções comerciais severas contra os dois países.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, convocou Tailândia e Camboja a respeitarem integralmente o acordo, criando condições favoráveis para a resolução de suas disputas históricas e a construção de uma paz duradoura.

Bangcoc e Phnom Penh se acusam mutuamente pelo início dos confrontos. A área em disputa é rural, composta por colinas, florestas e terras cultivadas, incluindo plantações de borracha e arroz.

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