Economia
Correios avisa que não vai renovar acordo com funcionários
A direção dos Correios comunicará aos representantes dos trabalhadores, em uma reunião marcada para esta terça-feira, que não pretende renovar o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Fontes internas afirmam que a situação financeira da empresa não permite aumento de despesas, incluindo reajustes em benefícios, fora do plano de reestruturação em desenvolvimento.
O acordo anterior, fechado pela gestão anterior dos Correios e sindicatos, expirou em agosto e foi estendido até 15 de dezembro deste ano.
Sem a renovação, os funcionários perderão benefícios como o abono de Natal, reajuste de salário e outros auxílios, além da gratificação de 70% nas férias e a incorporação do anuênio de 1% nos salários.
Segundo Marcos Sant’aguida, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio (Sintect-RJ), sem o novo acordo, o adicional de férias voltará a ser um terço, conforme a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
“Sem a renovação, a empresa decidirá sobre o valor dos benefícios. Temos duas opções: realizar paralisações ou recorrer ao Tribunal Superior do Trabalho (TST)”, explicou o sindicalista.
Os custos com pessoal são um dos principais desafios para os Correios. A previsão é fechar 2025 com despesas operacionais de R$ 22,9 bilhões, sendo R$ 15,1 bilhões apenas com pessoal.
O plano de reestruturação, incluindo um programa de demissão voluntária (PDV), é a condição imposta pelo Tesouro Nacional para um aporte emergencial. A empresa ainda não avançou nas negociações com os bancos para obter um empréstimo de R$ 20 bilhões.
Em recente rodada de negociações, bancos como Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra ofereceram juros equivalentes a 136% do CDI, taxa-base para empréstimos entre bancos. Essa proposta foi recusada pelo Tesouro, pois ultrapassa o limite de 120% normalmente praticado para operações com garantia da União.
Assim, a empresa busca um aporte do Tesouro como medida temporária até que consiga fechar o empréstimo bancário. Para isso, o governo acionou a Caixa Econômica Federal para ajudar nas negociações.


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