Defensores públicos acusam GCM de cometer abusos contra usuários na Cracolândia
Defensores públicos do estado de São Paulo afirmam que a ação da Guarda Civil Metropolitana de São Paulo cometeu excessos durante ação na Cracolândia na quinta-feira (28). A confusão começou quando a Guarda retirou os usuários de crack do espaço que eles ocupam na esquina da Rua Helvetia com a Alameda Cleveland, numa ação feita diariamente para a limpeza do espaço.
Imagens registradas pelo Globocop mostram as equipes da prefeitura limpando a praça enquanto os usuários ficam em um corredor cercados pelos guardas municipais em frente a tenda de atendimento da prefeitura.
Um vídeo feito no interior da tenda registrou o medo dos usuários. Os guardas usaram bombas de efeito moral e gás pimenta.
A defensora Fernanda Dutra Pinchiaro afirmou que os guardas chutavam e mandavam os usuários andarem. “É justamente essa voz de comando para que as pessoas obedeçam e sigam a direção que está sendo apontada. Elas estavam dentro da tenda da prefeitura deitadas ali onde de costume permanecem dormindo muitas vezes”, afirmou.
O ouvidor da defensoria que também estava no local e contou que homens e mulheres passaram por revista. As mulheres, segundo ele, tiveram que se despir num local reservado na frente de guardas civis mulheres
“O visual que nós tivemos foram de umas 200 pessoas sentadas, vigiadas por vários GCMs, e aos poucos iam se levantando para serem revistadas”, diz Alderon Costa. “O relato que chegou até nós é que as mulheres eram despidas e tinham que agachar. Então era uma situação vexatória”, diz.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana nega que tenha feito revistas íntimas em mulheres. Segundo o secretário José Roberto de Oliveira, foram revistas normais, “como manda a legislação”.
O secretário afirmou que vai investigar se houve excesso dos guardas e que todas as ações são fotografadas e filmadas por drones. Disse ainda que, se houve excessos, providências serão tomadas. As ações da Guarda fazem parte do projeto Redenção, iniciativa municipal para tentar combater o uso de drogas e a degradação da área.
Os dois defensores públicos vão prestar depoimento num inquérito que foi aberto pelo Ministério Público de São Paulo para investigar o comportamento da GCM na Cracolândia.
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