Deputado de MG recebeu R$ 14,7 milhões em esquema do INSS, diz PF

A Polícia Federal (PF) recuperou mensagens do celular do “operador financeiro” da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares (Conafer), Cícero Marcelino de Souza Santos, que mostram pagamentos ao deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e a dois assessores que atuaram em seu gabinete.

De acordo com a PF, a Conafer desviou R$ 640 milhões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em um esquema de descontos irregulares nas aposentadorias e pensões.

Pettersen recebeu pelo menos R$ 14,7 milhões através de uma lotérica e uma construtora do interior de Minas Gerais. Em contrapartida, ele permitia acesso a Carlos Lopes, presidente da Conafer, que segundo a investigação influenciava na nomeação dos presidentes do INSS.

O ex-assessor parlamentar Walton Cardoso Lima Júnior foi identificado como beneficiário dos pagamentos e seria o intermediário entre Lopes e Pettersen. Outro assessor suspeito de envolvimento é André Luiz Martins Dias, que, junto com Walton, eram considerados pela PF os “operadores financeiros do parlamentar” na região de Minas.

Segundo a decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação, Walton e André eram responsáveis por receber, dividir e redistribuir os valores que beneficiavam o deputado e seus aliados políticos em Governador Valadares.

A PF solicitou que Pettersen fosse monitorado com tornozeleira eletrônica, porém o pedido foi negado pelo ministro Mendonça. Os investigadores se referem ao parlamentar como o mais bem remunerado na lista de propinas.

Em nota, Pettersen afirmou seu apoio às investigações e disse estar disponível para colaborar com as autoridades.

“Confio na justiça, na veracidade dos fatos e na importância de investigações rigorosas, conduzidas conforme a lei e de forma transparente”, declarou o deputado.