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Deputado Glauber Braga é retirado à força da cadeira do presidente da Câmara e causa tumulto
Deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), sob risco de ter seu mandato suspenso, ocupou a cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta, durante a sessão desta terça-feira. Após cerca de uma hora, ele foi removido à força pela Polícia Legislativa.
A saída provocou grande tumulto no Salão Verde, em frente ao Plenário, com seguranças do Congresso empurrando jornalistas e parlamentares.
Deputados de diversas legendas, do Novo ao PT, criticaram o ocorrido. Um representante do Novo, que preferiu não se identificar, classificou o episódio como “lamentável” e afirmou que a imagem da Câmara perante o público foi prejudicada. Um integrante do PT comentou que isso representa mais um desgaste na gestão de Motta, que demonstra não ter controle sobre o plenário.
Ao deixar o plenário, Glauber falou à imprensa no salão verde, acompanhado por aliados, incluindo o líder do governo, José Guimarães (PT-CE).
Após o pronunciamento, Glauber foi levado a uma sala de atendimento médico próxima ao salão verde da Câmara.
Ele esteve acompanhado pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), sua esposa, e pelo correligionário Tarcísio Motta (PSOL-RJ), que também faz parte da Mesa Diretora.
— Permanecerei aqui, firme, até o fim dessa situação. Caso o presidente da Câmara deseje agir diferente do que fez com os manifestantes que anteriormente ocuparam a Mesa Diretora sem punição, é responsabilidade dele. Eu ficarei até onde minha força permitir — declarou Glauber.
A sessão, normalmente transmitida pela TV Câmara, teve o sinal interrompido, e a transmissão ao vivo no YouTube foi encerrada.
Por volta das 17h30, o acesso ao plenário foi limitado a deputados e assessores, com a imprensa sendo retirada do local. A Polícia Legislativa esteve presente.
Glauber Braga enfrenta um pedido de cassação por quebra de decoro parlamentar, acusado de ter agredido um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) durante um protesto no Congresso no ano anterior.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), colega de partido de Glauber, não confirmou apoio à atitude, mencionando que a situação gerou muita indignação e que a cassação deveria ter sido retirada de pauta.
Protesto com greve de fome
Em abril, Glauber realizou uma greve de fome para protestar contra o avanço do processo de cassação, que havia sido aprovado pelo Conselho de Ética.
O protesto durou pouco mais de uma semana e terminou após um acordo com Hugo Motta, garantindo que o processo não teria um andamento acelerado e que o deputado teria amplo direito à defesa.
Motta afirmou que o processo só avançaria ao plenário após 60 dias da decisão da Comissão de Constituição e Justiça, dando tempo para a defesa.
Pauta de cassações e próximos passos
Mais cedo, o presidente da Câmara declarou que, na próxima semana, decisões sobre cassações de deputados, incluindo Glauber Braga, Carla Zambelli, Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro, serão votadas no plenário.
Os casos de Glauber e Zambelli passarão por análise na Comissão de Constituição e Justiça antes da votação final.
A respeito de Eduardo Bolsonaro, a cassação poderá ser decidida pela Mesa Diretora, visto que ele mudou-se para os Estados Unidos e ultrapassou o limite de faltas às sessões da Câmara.
De acordo com Motta, Eduardo Bolsonaro atingiu o número máximo de ausências, o que justifica o pedido de cassação.
Já o caso de Alexandre Ramagem será discutido diretamente no plenário, seguindo determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a perda do mandato por decisão da Mesa Diretora.
Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência, teve a pena confirmada pela Corte em processo relacionado a uma trama golpista. Ele terá cinco sessões para apresentar defesa antes da votação.
Motta explicou que a intenção é proteger as prerrogativas dos parlamentares, levando os casos ao plenário para um veredito final.
Sobre o processo de Ramagem, Motta informou que o rito usual da CCJ será abreviado, levando-o diretamente ao plenário para uma decisão rápida.
O processo será publicado no Diário Oficial, garantindo o prazo de defesa de cinco sessões antes da votação.


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