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Diálogos: Paes e Leite criticam pautas bolsonaristas e pedem corte de gastos a Lula

Durante a abertura da série Diálogos, organizada pelo Globo, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), expressaram críticas contundentes contra pautas associadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o aumento tarifário imposto por Donald Trump e a proposta de anistia.
Em relação ao governo do presidente Lula, aliado de Paes e adversário político de Leite, ambos manifestaram opiniões distintas, porém convergiram na cobrança por um maior compromisso do petista com a redução dos gastos públicos, mesmo apoiando o projeto de reforma do Imposto de Renda.
O encontro, mediado pela colunista Vera Magalhães, é o primeiro de três debates planejados entre prefeitos e governadores, com o objetivo de buscar soluções para os principais desafios do país. São diálogos entre políticos de diferentes espectros ideológicos que buscam encontrar consensos em um contexto altamente polarizado.
Na quinta-feira, haverá um confronto de ideias entre os governadores Rafael Fonteles (PT), do Piauí, e Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; e na sexta-feira, o debate será entre o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e o governador Ronaldo Caiado (União Brasil).
Críticas ao Tarifão
Na semana em que as tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos ao Brasil entraram em vigor, Paes e Leite criticaram a politização da medida, alimentada pelo bolsonarismo.
Leite destacou que a carta enviada pelo presidente americano em defesa do ex-presidente Bolsonaro demonstra uma atuação inaceitável de aliados do bolsonarismo no exterior, citando o deputado Eduardo Bolsonaro como exemplo.
Paes ressaltou que a falta de consenso interno no país tem levado membros da família Bolsonaro a agirem contra os interesses brasileiros nos Estados Unidos, o que considera uma situação sem precedentes e prejudicial ao país.
Posições sobre Bolsonaro e Anistia
Perguntados sobre a situação judicial de Bolsonaro, prestes a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe, ambos reconheceram que não devem torcer pela prisão do ex-presidente.
Leite enfatizou o respeito às decisões judiciais, reconhecendo que a torcida por prisões políticas é inadequada e prejudicial.
Paes afirmou que a pauta da anistia, proposta por apoiadores de Bolsonaro, não deve ser central no debate eleitoral, ressaltando a necessidade de comunicar à população que esse tema não impacta diretamente o cotidiano das pessoas.
Reforma do Imposto de Renda e Corte de Gastos
Ambos os líderes políticos apoiam as mudanças no Imposto de Renda, que buscam isentar quem ganha até R$ 5 mil, cobrando mais os que recebem acima de R$ 50 mil mensais, mas ressaltam que o presidente Lula precisa focar mais na redução de despesas públicas.
Paes destacou a regressividade da tributação brasileira e elogiou propostas do ministro Fernando Haddad, mas salientou a importância de cortes e eficiência no Estado.
Leite criticou a ausência de cortes significativos no atual arcabouço fiscal e afirmou que a população percebe uma maior vontade de arrecadar do que de reduzir gastos, apresentando o exemplo do Rio Grande do Sul, onde o ajuste fiscal permitiu maior entrega de serviços.
Ambos também defenderam a necessidade de uma reforma da previdência para garantir sustentabilidade financeira diante da mudança demográfica do país.
Redução do Número de Partidos
Paes e Leite são favoráveis à diminuição de partidos políticos para tornar mais claras as propostas de cada legenda. Ambos reconhecem que divergências dentro dos partidos são naturais, comparando essa situação com a diversidade vista nos partidos americanos.
Transição Energética e Exploração de Petróleo
Ao apoiar a transição energética, vista como uma oportunidade valiosa para o Brasil, os dois líderes também defendem a exploração do petróleo na Margem Equatorial, reconhecendo a importância econômica dessa atividade para financiar avanços sociais e ambientais.
Paes afirmou que, apesar da necessidade de acelerar a transição, o petróleo continuará sendo uma fonte importante de renda por algum tempo.
Leite reforçou que o Rio Grande do Sul possui áreas petrolíferas com potencial, ressaltando que não se pode ignorar o impacto econômico nessa fase de ajuste para investimentos futuros.

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