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Diretório Nacional do PT é pichado em São Paulo: ‘basta de corrupção’

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‘País da impunidade’ foi outra frase pichada no portão da sede nacional. No sábado, Instituto Lula também havia sido pichado na capital.

O Diretório Nacional do PT, em São Paulo, apareceu pichado na manhã deste domingo (6), um dia após picharem o Instituto Lula na capital paulista. “Basta de corrupção” e “país da impunidade” eram algumas das frases escritas no portão do diretório do Partido dos Trabalhadores, na Rua Silveira Martins, na Sé, região central da cidade.

Seguranças do local ouvidos pela equipe de reportagem, por volta das 9h50, informaram que repintaram o portão do diretório para cobrir as pichações. Foi nesse diretório que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, investigado pela Justiça Federal por suspeita de ter recebido dinheiro da corrupção da Petrobras, discursou na sexta-feira (4) para sua militância e para a imprensa após ser ouvido pela Polícia Federal.

Naquela ocasião, ele criticava o fato de ter sido levado coercitivamente pela PF para prestar depoimento obrigatório no salão das autoridades do Aeroporto de Congonhas, Zona Sul da capital. Lula respondeu perguntas dos procuradores, que apuram se ele foi beneficiado pelo desvio de dinheiro da Petrobras. O ex-presidente nega ter cometido crime.

Parte da fachada do prédio onde o ex-presidente Lula mora, no ABC, também apareceu pichada na manhã deste domingo. “Pixo é crime” foi a frase escrita em uma mureta em frente à portaria. Por volta das 11h, moradores e funcionários do edifício conseguiram apagar a pichação feita em uma parede de pedra.

No sábado, o portão do Instituto Lula, na Zona Sul de São Paulo, apareceu pichado com frases. Uma dela era “sua hora chegou corrupto”, numa alusão a suspeita de que Lula recebeu dinheiro de corrupção.

Mas ainda no sábado, as pichações no portão do Instituto Lula foram cobertas por pinturas e desenhos em grafite, feitas pelo artista Tody One. Câmeras de segurança do prédio deverão ser analisadas para tentar identificar os responsáveis. Tanto as pichações no Instituto Lula quanto no Diretório do PT têm a inscrição “Blair”, o que sugere que possam ter sido feitas pela mesma pessoa ou grupo.

Diretório nacional do PT é pichado em São Paulo (Foto: NELSON ANTOINE/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)

Diretório nacional do PT é pichado em São Paulo (Foto: NELSON ANTOINE/FRAMEPHOTO/FRAMEPHOTO/ESTADÃO CONTEÚDO)

 

Portão do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, é pintado para cobrir pichações (Foto: Vivian Reis / G1)

Portão do Diretório Nacional do PT, em São Paulo, é pintado para cobrir pichações (Foto: Vivian Reis / G1)

 

Funcionários do edifício limpam pichação em prédio onde mora o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo (Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo)

Funcionários do edifício limpam pichação em prédio onde mora o ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo (Foto: José Patrício/Estadão Conteúdo)

A pichação no diretório do PT, neste domingo, ocorreu após a visita da presidente Dilma Rousseff a Lula. No sábado, ela se reuniu com o ex-presidente no prédio onde ele mora, em São Bernardo do Campo, no ABC. Naquela ocasião, militantes petistas e simpatizantes estavam concentrados desde a manhã na frente do prédio onde Lula mora.

Na sexta-feira, o ex-presidente foi o principal alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato. A Polícia Federal (PF) fez buscas e apreensões em endereços ligados a Lula. Os sigilos bancários e fiscal do petista, do Instituto Lulax e de sua empresa de palestras foram quebrados por determinação judicial.

Na manhã de sexta, agentes levaram o petista de sua residência, em São Bernardo, na Região Metropolitana de São Paulo, em cumprimento a mandado de condução coercitiva. Lula foi levado para um salão de autoridades no Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul da capital, para prestar depoimento obrigatório, onde, segundo seus interlocutores, negou qualquer favorecimento no esquema de corrupção da Petrobras.

Durante a ação dos agentes da PF, grupos apoiadores e críticos ao ex-presidente chegaram a entrar em confronto em frente à casa do ex-presidente e no saguão do aeroporto de Congonhas.

Após ser liberado na tarde de sexta, o ex-presidente fez pronunciamento na sede do PT, em São Paulo, onde disse ter se sentido “prisioneiro”, que “jamais” se recusaria a prestar qualquer depoimento, e falou ser vítima de perseguição. Mais tarde, se ofereceu para concorrer à Presidência em 2018.

Instituto Lula amanhece pichado no bairro do Ipiranga na Zona Sul de São Paulo, SP, neste sábado (5).  (Foto:   Foto: NEWTON MENEZES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Instituto Lula amanhece pichado no bairro do Ipiranga na Zona Sul de São Paulo, SP, neste sábado (5). (Foto: Foto: NEWTON MENEZES/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Após vandalismo em portão, grafite cobre pichação no Instituto Lula, em São Paulo (Foto: Reprodução TV Globo)

Após vandalismo em portão, grafite cobre pichação no Instituto Lula, em São Paulo (Foto: Reprodução TV Globo)

‘Aplaudaço’
Diversas cidades brasileiras registraram um “aplaudaço” em apoio à Polícia Federal na noite desta sexta. O movimento foi convocado pelas redes sociais. As manifestações ocorreram em ao menos 14 estados. Além de São Paulo, houve manifestações em outras cidades, como Rio de Janeiro, Fortaleza, Porto Alegre e Belo Horizonte.

O Ministério Público Federal (MPF) alega que Lula era um dos “principais beneficiários” do esquema de corrupção que atuava na Petrobras e que surgiram evidências de que os crimes cometidos na estatal o “enriqueceram” e financiaram campanhas eleitorais e o caixa do Partido dos Trabalhadores.

Entenda as suspeitas contra Lula

Durante a tarde, a presidente Dilma Rousseff criticou a condução de Lula para depor. Ao lado de 12 ministros, disse que a medida foi “desnecessária”. Ela ligou para o ex-presidente após o depoimento dele à PF.

“Quero manifestar o meu mais absoluto inconformismo com o fato de o ex-presidente Lula, que por várias vezes compareceu de forma voluntária para prestar esclarecimentos perante as autoridades, seja agora submetido a uma desnecessária condução coercitiva para prestar mais um depoimento”, diss

 A defesa do ex-presidente pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão dos procedimentos da 24ª fase da Operação Lava Jato, intitulada Aletheia (busca da verdade). A ministra Rosa Weber, entretanto, negou. Ao todo, foram expedidos 44 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão e 11 de condução coercitiva, em São Paulo, no Rio de Janeiroe em Brasília.
O líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM), afirmou que o episódio mostra que “ninguém está acima da lei”. O presidente nacional do PSDB, Aécio Neves – que perdeu a eleição de 2014 para Dilma – afirmou que os indícios de que o PT cometeu crimes “estão vindo à luz”.

“Os graves indícios de irregularidades e crimes cometidos à sombra do projeto de poder do PT finalmente estão vindo à luz. Vamos continuar apoiando as investigações. O Brasil merece conhecer a verdade”, disse Aécio, por nota no Facebook.

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