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Economia

Dólar recua para R$ 5,33 com melhora no cenário externo e eleições em foco

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O dólar caiu firmemente nesta terça-feira, 2, fechando abaixo de R$ 5,33. Operadores indicam que o maior interesse em ativos de risco fora do país permitiu uma correção da valorização do real sofrida na segunda-feira, que teve fluxo negativo e ajustes em operações de carry trade devido à alta do iene. O cenário internacional é marcado por expectativas de redução nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) na próxima semana.

O real, uma das moedas mais impactadas na segunda, teve o segundo melhor desempenho entre as moedas emergentes e de países exportadores de commodities, ficando atrás apenas do peso chileno. Alguns recursos entraram na bolsa brasileira, que teve alta de mais de 1% no Ibovespa, ultrapassando pela primeira vez 160 mil pontos.

A melhora nas intenções de voto do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para a eleição presidencial de 2026, segundo pesquisa AtlasIntel/Bloomberg, pode ter influenciado positivamente a moeda brasileira. O mercado acredita que um candidato da oposição vitorioso possa implementar um ajuste fiscal significativo a partir de 2027.

Com mínima de R$ 5,3292, o dólar à vista fechou em queda de 0,54%, a R$ 5,3303. Nos dois primeiros dias úteis de dezembro, a moeda teve leve depreciação (-0,08%), após reduzir 0,85% em novembro. No acumulado do ano, o dólar caiu 13,75%.

Segundo Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, o real apresentou desempenho superior a outras moedas emergentes por ser mais líquido e pela queda mais acentuada na última segunda. Ela ressalta que o cenário é favorável devido à provável redução nas taxas de juros nos EUA.

André Valério, economista sênior do Banco Inter, destaca a votação no Senado que aumentou a tributação para Fintechs e Bets, estendendo a isenção do Imposto de Renda sobre dividendos até 30 de abril de 2026, reduzindo a pressão por antecipação de remessas e contribuindo para a queda do dólar durante o pregão.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, teve leve alta ao redor de 99,300 pontos, com destaque para a queda do iene em torno de 0,30%, que compensou ganhos recentes diante do Banco do Japão manter sinais de alta de juros.

À tarde, o presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que indicará o próximo presidente do Fed no início de 2026, citando um único nome em mente. O diretor do Conselho Nacional Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, é o nome mais cotado. Trump mencionou que sua preferência seria o secretário do Tesouro, Scott Bessent, que porém recusou o cargo.

Na esfera nacional, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) informou que Lula conversou por 40 minutos com Trump nesta terça-feira. Segundo a Secom, Lula considerou positiva a decisão dos EUA de retirar a sobretaxa de 40% sobre alguns produtos brasileiros, como carne, café e frutas, embora cerca de 22% das exportações do Brasil ainda sofram com tarifas.

No final do dia, Trump afirmou em entrevista na Casa Branca que teve uma conversa produtiva com Lula, onde discutiram comércio e sanções econômicas contra o Brasil, demonstrando simpatia pelo presidente brasileiro.

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