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Durante pandemia, Justiça do DF usa tecnologia para aproximar pais e crianças no processo de adoção

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Família do Luiz Henrique, de 9 anos, que foi adoto um pouco antes de pandemia do novo coronavírus, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

Em meio à pandemia do novo coronavírus, a Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal (VIJ-DF), que cuida dos processos de adoções, precisou se reinventar. Para não interromper a aproximação entre os pais e as crianças aptas a um novo lar, a tecnologia se tornou uma aliada nesse momento.

Atualmente, o DF tem 129 crianças e adolescentes aptos para a adoção e 564 famílias cadastradas. Para a continuação dos processos e acompanhamentos, audiências e estágios de convivência têm sido feitos a distância, por videoconferência.

Segundo a promotora da Infância e Juventude, Rosana Viegas e Carvalho, esse novo processo “tem funcionado bem”. “Faço audiência daqui de casa, o juiz na casa dele ou na vara. A equipe técnica está presente lá. Tem uma sala específica só para oitiva daquelas pessoas que não podem fazer da própria casa ou de outro ambiente e preferem ir à vara”, explica.

O estágio de convivência, que é o período em que futuros pais e filhos se conhecem e passam um tempo juntos, agora também é feito online. Em Brasília, 37 famílias estão nesta etapa por acompanhamento remoto, com acompanhamento psicológico.

Para a psicóloga da VIJ, Rebeca de Paula, a tecnologia tem ajudado neste período. “As equipes da instituição têm filmado as crianças, pedido para elas fazerem cartinhas, feito vídeo chamada”, afirma.

“Estamos adaptando tudo. Algumas famílias têm feito ligações diárias para as crianças, mandam cartas pelo correio, fazem vídeos e trocam com as crianças.”

Já as famílias que estão com a guarda temporária são monitoradas a distância. Um exemplo é a família da cabeleireira Cilene Amorim, que há quatro meses adotou o Luiz Henrique, de nove anos. Ela, o marido e o filho têm mandado depoimentos de como está a vida durante a pandemia.

“Fizemos da nossa sala uma parte recreativa da casa, para brincadeiras, um monte de brincadeira que meu marido fez com ele. Foram tantas que quando ele voltar a trabalhar, o Luiz vai sentir muita falta do pai. A escola do Luiz não está tendo aula, eles não estão fazendo aula online, então eu estou ensinando português para ele e o pai matemática”, conta Cilene.

Para a Vara da Infância e do Adolescente, o cuidado com as crianças é a prioridade. “É imprescindível garantir que elas estejam bem assistidas no meio de todas as mudanças dos últimos meses”.

De acordo com a coordenadora e psicóloga do Grupo Aconchego, Julia Salvagni, é importante fazer a preparação das crianças para a nova fase. “Elas estão vivendo um período de extrema mudança, de muita ansiedade em alguns casos, dentro de uma situação para elas que já é adversa”.

“Trabalhar o processo das crianças é tão importante quanto trabalhar o processo dos adultos porque elas são as maiores interessadas.”

Ainda segundo a vara, mesmo com a pandemia, a fila para a adoção não parou e continua “andando com as novas adaptações”.

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