O eclipse solar que cobrirá a totalidade do território dos Estados Unidos no próximo dia 21 movimenta também os brasileiros. Isso porque o fenômeno poderá ser visto parcialmente por quem mora no Norte e Nordeste do país. O eclipse deve ocorrer entre as 16h30 e 17h (horário de Brasília).
Pesquisador do departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Costa diz que as melhores regiões para visualizar o fenômeno no Brasil estão no extremo norte, mas a observação depende das condições climáticas.
“Amapá, Roraima e as partes do norte do Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Piauí e o litoral do Rio Grande do Norte terão a melhor visualização”, prevê o especialista. Nessas regiões, o fenômeno pode durar até meia hora. “Quem estiver abaixo de Brasília não verá nada”, afirma.
O eclipse solar é a sombra da lua provocada pelo sol incidindo sobre a Terra. O lunar é o inverso: a sombra da Terra sobre a lua. Os eclipses costumam ocorrer de duas a sete vezes por ano. Para acontecer no mesmo lugar, é preciso um espaço de tempo de pelo menos 54 anos, afirma Costa.
Segundo a astrônoma do Museu de Astronomia e Ciências Afins do Rio de Janeiro (Mast), Patrícia Spinelli, é uma oportunidade única. “É raro observar um eclipse total porque ele ocorre em uma região pequena em relação ao tamanho do nosso planeta, considerando que ele é coberto por três quartos de água”.
Por vezes, ocorre em locais de difícil acesso, como nos polos, em países conflituosos ou no meio de oceanos. “Agora, cobrirá um país muito populoso (os Estados Unidos, com 323 milhões de habitantes) no meio da tarde”, conta. O evento, chamado pelos americanos de o “maior eclipse da história”, terá transmissão ao vivo da agência espacial Nasa para o mundo.
Relevância
O eclipse é um fenômeno natural raro conhecido há pelo menos três mil anos. Para o astrofísico Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos, atualmente uma de suas utilidades é permitir a observação da coroa solar, a parte que envolve o sol. A coroa tem luminosidade tênue e durante um eclipse é a única ocasião em que pode ser vista, segundo o pesquisador.
“Além disso, é um espetáculo astronômico impressionante e uma oportunidade para popularizar a astronomia e engajar as pessoas”, salienta Rojas, que também integra a Comissão de Imprensa da Sociedade Astronômica Brasileira. Em 2019 e 2020, os brasileiros terão outras oportunidades para observar parcialmente o fenômeno, que terá totalidade no Chile e na Argentina.
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