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Encontro entre Lindbergh e Hugo Motta após desentendimento

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A sessão do Colégio de Líderes realizada nesta terça-feira marcou o primeiro diálogo entre Lindbergh Farias (PT-RJ) e Hugo Motta (Republicanos-PB) depois da ruptura entre eles. A tensão acumulada nas últimas semanas transformou esse encontro em uma prova para a articulação da Câmara, especialmente em um momento em que o governo busca votar ainda esta semana o PL do Devedor Contumaz.

Na segunda-feira, Lindbergh intensificou a cobrança ao afirmar que “o país não pode observar operações bilionárias contra esquemas de sonegação enquanto o projeto segue parado” e declarou que “amanhã é dia de agir corretamente”, uma mensagem interpretada pelos deputados como pressão direta ao presidente da Câmara, quem organiza a pauta.

No entanto, segundo reportagem de O Globo, líderes avaliam que a proposta deve avançar apenas na próxima semana, permitindo mais tempo para ajustes ao texto.

O encontro aconteceu após uma série de conflitos, como a disputa na PEC da Blindagem; reclamações sobre a Mesa ignorar casos envolvendo Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli; a nomeação de Guilherme Derrite para relatar o PL do Antifacção; e o episódio em que Alexandre Ramagem deixou o país mesmo condenado, o que levou petistas a acusarem a direção da Câmara de omissão. Esses atritos distanciaram os dois líderes.

Desde 2022, o PL do Devedor Contumaz vem sendo debatido e ele estabelece critérios para identificar empresas que reiteradamente deixam de pagar impostos como prática de negócio. O projeto define parâmetros claros — como reincidência, volume devido e uso de estruturas artificiais — e autoriza a Receita Federal e as administrações fiscais estaduais a aplicarem medidas mais rigorosas, incluindo suspensão de cadastros, bloqueio de benefícios fiscais e responsabilização dos controladores. O objetivo é distinguir a inadimplência comum de esquemas organizados para fraudar o Estado, especialmente nos setores de combustíveis, cigarros, bebidas e comércio eletrônico. Parte do centrão teme que o projeto possa afetar empresas médias e pressiona para incluir salvaguardas, tornando as negociações mais delicadas.

Nos bastidores, aliados de Hugo Motta afirmam que o presidente da Câmara não pretende atrasar a pauta em razão dos desentendimentos com Lindbergh. Entretanto, o relator Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP) ainda está fazendo ajustes no texto e evita antecipar modificações, o que diminui a possibilidade de uma votação imediata. Parlamentares destacam que o ritmo mais lento da relatoria, junto ao clima político tenso, consolidou a percepção de que não há condições para levar o tema ao plenário nesta semana.

Devido à crescente tensão, Hugo Motta se encontrou na quarta-feira anterior com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, como gesto para tentar retomar o diálogo. Contudo, essa conversa não resolveu o impasse com Lindbergh, que não participou da reunião. O líder do governo, José Guimarães, também esteve presente no encontro.

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