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‘Entrou uma enxurrada’, diz estudante de medicina que participava de calourada em SP

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Fortes chuvas derrubaram muro de chácara onde alunos da Faculdade Santa Marcelina realizavam festa na quarta-feira (1).

O primeiro dia de fevereiro registrou 15% da chuva esperada para todo o mês, informou o Bom Dia São Paulo desta quinta-feira (2). A Zona Leste foi a região mais atingida e aonde ocorreu o caso mais grave, quando um muro desabou e feriu 41 alunos da Faculdade de Medicina Santa Marcelina (FASM).

“A parede estourou e entrou uma enxurrada de água”, contou o estudante Alexandre Campos Pereira Maia. “Pegou todo mundo de surpresa. Uma galera começou a se afogar e rapidamente montamos uma barreira para manter o pessoal ali”, completou.

No bairro Parque do Carmo, a forte enxurrada transbordou o Córrego Marabá por volta das 16h30, alagou ruas e avenidas e arrastou quatro automóveis, além de atingir o muro da chácara onde os estudantes de medicina realizavam uma festa para recepcionar os calouros.

O estudante Guilherme Oliari, de 20 anos, diz que foi tudo muito rápido. “Primeiro, a gente achou que era um cano que havia estourado e todos foram para próximo do muro. Em pouco tempo, ele cedeu. Foi muita água. As pessoas se seguraram em carros, em portões. Fui resgatado por moradores”, contou.

Outro rapaz diz ter visto uma jovem ser arrastada para uma tubulação. “Vi um mar de gente pedindo socorro. Uma menina estava sendo levada por uma tubulação, mas um amigo conseguiu segurá-la pela mão”, disse o técnico de enfermagem Jonny Heinch.

Havia cerca de 300 pessoas na festa e 41 delas ficaram feridas. Os feridos foram levados para o Hospital Santa Marcelina, mas não houve nenhuma vítima grave. Antes da chegada dos Bombeiros, os moradores da Rua Menininha Lobo fizeram os primeiros socorros.

A senhora Rosely Toseli abrigou 30 jovens. “Eles começaram a pedir telefone para ligar para as mães, para os pais e os vizinhos foram ajudando, dando toalha, cobertor. Alguns estudantes tiveram fraturas”, afirma.

A mãe de uma das alunas que participou da festa contou o alívio que sentiu após a enxurrada. “Poderia ter acontecido muita coisa ruim, mas eles estão muito bem. O hospital atendeu maravilhosamente bem e está tudo calmo agora”, disse a nutricionista Mônica Corbera.

Em nota, a Faculdade Santa Marcelina lamentou o acidente e disse que a festa não foi organizada por ela. Todos os feridos foram atendidos no Hospital da própria instituição e já tiveram alta. Segundo a Prefeitura Regional de Itaquera, a chácara onde acontecia a festa dos estudantes tinha licença de funcionamento.

Desabamento atingiu carros e deixou pessoas feridas (Foto: TV Globo/Reprodução)

Desabamento atingiu carros e deixou pessoas feridas (Foto: TV Globo/Reprodução)

Chuva
A média de chuva na cidade na quarta-feira (1), considerando todas as regiões, foi de 33,3 mm. A média esperada para fevereiro em toda a capital paulista é de 219,2 mm.

As regiões mais atingidas pela chuva foram São Mateus (acumulou 94,8 mm de água), Cidade Tiradentes (60,2 mm de água) e Guaianases (acumulou 58,6 mm de água).

Toda Capital entrou em estado de atenção para alagamentos. Os Bombeiros registraram 17 deslizamentos de terra e receberam pelo menos onze chamados para quedas de árvores. Os trens do Metrô e da CPTM circularam com velocidade reduzida.

Na Avenida 23 de Maio, carros e motos tiveram que parar e esperar a água baixar. Na Zona Sul, a água demorou a baixar no cruzamento das avenidas Santo Amaro e Roque Petroni Junior.

Nos Jardins, uma árvore de grande porte caiu em cima de um carro na Rua Bela Cintra, na esquina com a Rua Costa. Ninguém se machucou, mas o quarteirão foi temporariamente interditado.

Na Avenida Angélica, duas árvores caíram e fecharam completamente a passagem de carros e ônibus.

Na Via Anchieta a pista no sentido Litoral ficou bloqueada entre os quilômetros 10 e 13 porque o córrego Ribeirão dos Couros transbordou.

Perus
A região de Perus, na Zona Norte de São Paulo, também foi uma das mais atingidas pela chuva. Até esta quinta, o Instituto Nacional de Meteorologia registrou 26 mm de chuva no bairro. O Córrego Perus transbordou e deixou ruas e avenida submersas.

O rio que corta o bairro alaga casas sempre que chove forte e os moradores criaram um projeto para limpá-lo por conta própria. Três mutirões já foram realizados e as empresas da região ajudam com aluguel de máquinas.

Após a nova enchente de quarta-feira, a Prefeitura disse que equipes da Defesa Civil estiveram no local para uma limpeza e que os trabalhos continuam nesta quinta. Na segunda-feira (30), a Secretaria de Serviços e Obras anunciou que está prevista a construção de cinco piscinões ao longo do ribeirão Perus, além da canalização do córrego, mas não deram prazos.

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