Família de candidato à presidência ferido na Colômbia acusa Petro de intimidação

A família do candidato à presidência que foi baleado na Colômbia apresentou uma queixa criminal contra o presidente Gustavo Petro por alegações de intimidação e promoção do ódio nas redes sociais, informou o advogado do caso nesta terça-feira (24).

Gustavo Petro teria feito discursos que estigmatizavam e incitavam o ódio contra o senador Miguel Uribe antes do atentado ocorrido em 7 de junho, no qual Uribe foi atingido por três tiros, segundo declarações do advogado Víctor Mosquera.

A acusação foi apresentada a uma comissão investigativa da Câmara dos Deputados, que poderá encaminhá-la para a Suprema Corte, responsável pelo julgamento dos presidentes no país.

Miguel Uribe, um dos principais opositores de direita, está hospitalizado e passou por pelo menos quatro cirurgias.

Um adolescente de 15 anos e três adultos estão detidos por suspeita de participação no ataque, enquanto as autoridades continuam investigando possíveis autores intelectuais.

Petro costumava criticar Uribe nas redes sociais, especialmente na plataforma X, por sua oposição no Congresso aos projetos do governo.

Dois dias antes do ataque, Petro o chamou de “neto de um presidente que ordenou a tortura de 10.000 colombianos”, referindo-se ao ex-presidente Julio César Turbay (1978-1982), que foi criticado por suas ações contra membros da guerrilha M-19, à qual Petro esteve ligado.

De acordo com o advogado, a família acredita que Petro criou um ambiente que pode ter contribuído para o ataque e afirma possuir evidências de cerca de cinquenta postagens desse tipo feitas pelo presidente na rede X.

Petro, por sua vez, declarou que o atentado foi uma tentativa de desestabilizar seu governo e concordou em suavizar suas declarações contra a oposição.

Na terça-feira, a clínica onde Uribe está internado divulgou um comunicado informando que seu estado crítico está melhorando, apesar de ainda ser grave.

Os quatro detidos foram acusados de tentativa de homicídio e posse ilegal de armas, mas nenhum aceitou as acusações até o momento.