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Familiares de presos no CDP Pinheiros fecham pista da Marginal em protesto por informações após rebelião

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Eles querem saber se há feridos ou mortos após rebelião desta segunda. Secretaria ainda não informou motivação.

Familiares de presos do Centro de Detenção Provisória (CDP) em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo, protestam nesta terça-feira (25) para receber mais informações sobre os detentos após a rebelião desta segunda-feira (24).

Eles fecharam a pista local da Marginal Pinheiros, sentido Rodovia Castello Branco, em frente ao CDP, por mais de uma vez durante a manhã e a tarde desta terça. Em uma das oportunidades, o cordão humano formado pelo grupo para bloquear a via foi desfeito depois que um policial civil armado ordenou que o trânsito fosse liberado (veja vídeo da abordagem abaixo).

Para evitar que carros ficassem parados em possíveis novos bloqueios, a PM desviou o trânsito da pista local da Marginal Pinheiros para a expressa, na altura do Ceagesp, por volta das 12h15

Policial armado dá ordem para que familiares de presos liberem passagem de veículos

Policial armado dá ordem para que familiares de presos liberem passagem de veículos

Crislaine Mendes espera notícias do irmão há quase 24h. “Desde ontem a gente não sabe como está lá dentro”. Familiares dizem aguardar a lista com feridos, possíveis transferências, e se a visita será permitida no próximo final de semana.

Os parentes também reclamam dos procedimentos para visita. “É uma humilhação o que fazem com os familiares. E se não trazem nada eles passam fome e frio lá dentro”, acrescentou Crislaine. “Tem até cor de calcinha para entrar”, completou Elvira Moreira, que tem um filho no CDP.

Durante o ato dos familiares em frente ao presídio, um sargento da Polícia Militar saiu para falar com os manifestantes. O PM garantiu que não havia mais nenhum ferido no interior do CDP. “O que tinha de ferido já foi removido para o hospital”. Ainda segundo ele, a visita do fim de semana “em princípio está suspensa”.

Por meio de nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) disse que os presos diretamente envolvidos na rebelião foram transferidos para outra unidade, que não pode ser informada por “questão de segurança”.

“A administração do CDP instaurou Procedimento Apuratório e disciplinar para elucidação dos fatos. Foram danificadas algumas celas mas não impedem que os presos permaneçam recolhidos”, completa o texto. A pasta afirmou também que vai solicitar a internação em regime disciplinar diferenciado dos presos considerados líderes do movimento.

Cadeião de Pinheiros pega fogo (Foto: Reprodução/TV Globo)

Cadeião de Pinheiros pega fogo 

Rebelião

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) não informou o motivo que levou à rebelião promovida nesta segunda-feira (24) no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros, na Zona Oeste da cidade de São Paulo. No Cadeião de Pinheiros, como é chamado, ficam detentos provisórios, ainda sem condenação. Presos colocaram fogo em colchões e roupas.

Dados disponíveis no site da SAP indicam que o CDP I, unidade onde a rebelião ocorreu, abriga 1.383 detentos, enquanto a capacidade é de 521. Ou seja, opera 165,5% acima do normal. Segundo levantamento da TV Globo, os CDPs da região metropolitana de São Paulo têm 12.973 presos além de sua capacidade.

Em entrevista concedida nesta terça, o governador Geraldo Alckmin ressaltou que a população carcerária já diminuiu com a realização das audiências de custódia, mas prometeu construir novas unidades prisionais para amenizar ainda mais o problema da superlotação. “Vamos entregar até dezmebro mais 5 unidades prisionais. E os nossos presos estão trabalhando. Dos 160 mil presos condenados, 90 mil estão trabalhando, e cada 3 dias reduz um dia de pena”, disse.

Presos ficam reunidos em pátio após rebelião (Foto: Reprodução/TV Globo)

Presos ficam reunidos em pátio após rebelião

Sueli Oliveira, mãe de um dos presos do Cadeião de Pinheiros, afirmou que tinha ido levar alimentos e remédios para o filho e passava por uma identificação quando, por volta das 12h, viu “muita correria” e extintores de incêndio sendo levados para dentro do presídio. Ela acabou sendo retirada de lá, e os documentos ficaram retidos.

“Enquanto nós estávamos aguardando, o que aconteceu foi que entraram dois camburões cheios de presos. Pelo que falaram aqui fora, [os presos] não queriam que entrasse mais ninguém porque não cabe, já tava lotado”, informou Sueli.

Em nota, a SAP se limitou a dizer que os presos “se envolveram em uma ato de indisciplina” e que, nesta segunda, haveria “inclusão de 13 presos oriundos de delegacias de policia, porém, devido à manifestação já estar ocorrendo, eles foram remanejados para outras unidades prisionais”.

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