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Flávio Bolsonaro busca apoio no PP e União, mas não garante suporte imediato

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Três dias após anunciar seu intento de disputar a Presidência da República, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reuniu líderes do Centrão e da direita em sua residência para solicitar apoio à sua pré-candidatura. O encontro, no entanto, terminou sem um consenso definido.

Os presidentes do União Brasil, Antônio Rueda, e do Progressistas, Ciro Nogueira, estiveram por quase três horas na mansão de Flávio, em Brasília, acompanhados pelo presidente do PL e pelo secretário-geral do partido, o senador Rogério Marinho (RN).

Rueda e Ciro prometeram levar a discussão aos seus respectivos partidos, conforme declarou Marinho à imprensa ao término da reunião.

Marinho comentou que as conversas para formar uma aliança que enfrente o PT em 2026 começaram após a saída do União e do PP do governo Lula, há alguns meses, sendo retomadas com a entrada da pré-candidatura de Flávio.

“Era esperado que o senador Flávio explicasse aos convidados sobre sua candidatura, as motivações que levaram à divulgação e fizesse o pedido natural de apoio para que conseguíssemos formar uma candidatura que reunisse o maior número possível de parlamentares e candidatos ao governo, garantindo representação nacional”, afirmou o senador.

Marinho ressaltou que uma decisão final dos partidos envolvidos não deve acontecer em breve, e mencionou o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, que também foi convidado, mas aparentemente teve outro compromisso prioritário.

Um dos desafios para que o União se una à candidatura de Flávio é que o partido já lançou o nome do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como candidato.

O encontro aconteceu após dias de incertezas na comunicação de Flávio desde que anunciou sua candidatura na última sexta-feira, 5. Na ocasião, ele afirmou ter sido escolhido para dar continuidade ao projeto de seu pai, sem mencionar diretamente a disputa presidencial.

O anúncio provocou uma reação negativa no mercado, que registrou queda na bolsa, e entre líderes do Centrão, que veem maior chance de sucesso numa potencial candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo.

O descrédito sobre as intenções presidenciais de Flávio aumentou no domingo pela manhã, quando declarou após um culto em uma igreja evangélica de Brasília – num tipo de pontapé inicial de campanha – que teria um “preço” para desistir da candidatura.

A fala foi interpretada como um blefe, o que levou Flávio a reafirmar que a candidatura seguiria firme até o fim, e que ele desistiria apenas para abrir espaço ao pai, que está preso e, portanto, inelegível.

Na segunda-feira, as lideranças da direita tiveram reações diversas sobre os planos de Flávio. Tarcísio declarou que toparia apoiar a pré-candidatura de Flávio, mas que o tempo mostrará se essa foi a melhor escolha.

“Ele esteve comigo na sexta passada. Conversamos, e o presidente Bolsonaro, a quem respeito muito e a quem sempre fui leal, é uma figura inegociável. Ele me revelou a decisão que fez quanto ao nome”, disse Tarcísio.

Flávio pode contar com nosso suporte. Agora ele assume uma grande responsabilidade. Ele se une a outros nomes fortes da oposição que já apresentaram suas candidaturas, como Romeu Zema e Ronaldo Caiado. Podemos ainda ter outros candidatos, como Ratinho Júnior. Todos são altamente qualificados”, complementou.

Entretanto, o senador Ciro Nogueira deixou clara sua visão. Para ele, “política não se constrói apenas com amizades” e ressaltou a necessidade de diálogo entre os partidos do centro e da direita para que a escolha do candidato não seja exclusiva do PL.

“O senador Flávio é um dos meus melhores amigos na vida pública. Se fosse para eu pessoalmente indicar alguém para suceder Bolsonaro, não teria dúvida de que seria Flávio devido à nossa relação. Mas política não se faz só com amizades, faz-se com pesquisa, análise de viabilidade e diálogo com os partidos parceiros. Não pode ser decisão apenas do PL, precisa ser uma decisão conjunta”, explicou Ciro a jornalistas no Paraná.

O senador também ressaltou que nomes como o governador de São Paulo e do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), poderiam unificar os setores do centro e da direita, embora tenha admitido que as possibilidades podem mudar com o tempo: “Eu já havia dito antes: os dois candidatos que poderiam unir esta chapa eram o governador Tarcísio, o mais forte, ou o governador Ratinho. Mas política é como nuvem, ela muda”.

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