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Gay diz ter sido vítima de agressão e homofobia em balada GLS em SP

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Jovem foi agredido por seguranças e teve o braço imobilizado após luxação. Confusão ocorreu em danceteria na Barra Funda, Zona Oeste.

Jovem diz ter sido vítima de injúria e agressão em balada GLS (Foto: Arquivo Pessoal)

Jovem diz ter sido vítima de injúria e agressão em balada GLS (Foto: Arquivo Pessoal)

Um homossexual diz ter sido vítima de agressão física e de homofobia de alguns funcionários de uma balada GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) na Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, na madrugada do último domingo (3). Ele foi socorrido para a Santa Casa de Misericórdia e precisou imobilizar o braço.

O analista de atendimento Marcos Paulo Siqueira, de 23 anos, conta que foi a uma danceteria na Avenida Marquês de São Vicente, na noite de sábado (2). Ele costuma frequentar o local todos os finais de semana e nunca teve problemas anteriormente.

Após se divertir a noite inteira, no fim da festa, Siqueira decidiu retornar ao open bar (bar aberto em inglês), termo utilizado para ter acesso irrestrito a bebidas alcoólicas, mas foi impedido por um segurança de acessar a área reservada e teve uma luxação no braço. A reportagem do G1 não conseguiu localizar o responsável pela casa noturna.

O jovem conta que para ter acesso ao Open Bar estava com uma pulseira azul no braço fornecida pela danceteria. “Encontrei amigos meus lá e frequentei o Open Bar a noite inteira. Quando era 5h55, cinco minutos antes de acabar, eu subi a escada para pegar as últimas bebidas. A agressão foi muito rápida, começou tudo na escada quando comecei a discutir com o segurança que barrou minha passagem dizendo que minha pulseira estava adulterada”, contou.

O analista relatou que, durante a noite, um homem aparecendo estar embriagado puxou seu braço e tentou arrancar sua pulseira e, por isso, ele colou um chiclete para não cair do braço, pois ficou frouxa.

Após o segurança impedir sua passagem e ter início uma discussão, o analista diz ter sido chamado de “viadinho” pelo funcionário.

“Ao ver essa discussão, outro segurança me deu um mata leão e arrancou minha pulseira. Na hora, senti meu braço saindo do lugar”, lembra ele, com a força do puxão.

Em seguida, ele foi levado pelo agressor para a parte externa da danceteria e no estacionamento foi colocado sentado em uma cadeira, onde ficou cercado por vários seguranças.

“Eu estava chorando de dor por causa do meu braço e comecei a receber murros e pontapés na cabeça”, disse. A agressão terminou quando o chefe da segurança chegou no estacionamento e ajudou a socorrer a vítima.

Depois, o segurança que havia discutido com o analista ainda o ameaçou, segundo a vítima. “Você deu sorte. Se te pegasse ia quebrar seu braço e sua perna”, contou a vítima.

“O mais surpreendente é que Marcos Paulo foi vítima de ofensa homofóbica realizada em uma casa voltada ao público LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis]. Demonstra o despreparo dos seguranças da casa noturna”, afirmou Ariel de Castro Alves, coordenador estadual do Movimento Nacional de Direitos Humanos, que defende a vítima.

“O caso denota violações ao Código penal e também demonstra desrespeito a Constituição Federal já que o jovem teria sido ofendido e discriminados pelos seguranças”, disse o defensor.

De acordo com Ariel, a casa noturna também pode ser responsabilizada e sofrer um processo civil por contratar seguranças despreparados e violentos para atuar no local. “Se os fatos forem comprovados na investigação e processo criminal, a casa noturna pode ser obrigada a indenizar a vítima por danos morais e materiais, caso seja condenada em um processo civil posterior ao criminal”

O caso será investigado pelo 23º DP, em Perdizes, como lesão corporal, ameaça e injúria.

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