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Economia

governo aposta em alcolumbre para governar e resolver crise do iof

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Em uma fase complicada com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o Palácio do Planalto voltou a confiar no presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), como peça-chave para garantir algum controle no Congresso.

Políticos do governo e membros da equipe econômica buscaram o senador para firmar acordos em aprovações de projetos, além de vê-lo como parceiro na tentativa de superar a crise envolvendo o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Isso evidencia a dependência do Executivo.

Na semana passada, Alcolumbre levou ao plenário do Senado a votação sobre o IOF, que resultou em derrota para o governo, mas desde então ele tem sinalizado que deseja amenizar o conflito.

Fontes que dialogaram com o presidente do Senado nos últimos dias destacaram sua vontade de reduzir o clima de tensão, alinhado com a orientação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que pediu uma conciliação entre Legislativo e Executivo.

Recentemente, o Senado aprovou uma Medida Provisória que libera novos leilões do pré-sal, criando um espaço de R$ 15 bilhões para o governo investir em programas sociais, e outra MP que estende empréstimos consignados para entregadores e motoristas, ambas com apoio do governo.

Após as votações, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), repassou a Alcolumbre uma mensagem de agradecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela colaboração.

Quando questionado sobre a ação da Advocacia-Geral da União (AGU) que contestava decisão do Congresso, Alcolumbre defendeu que o Planalto tem legitimidade para tal, contrapondo o incômodo geral dos parlamentares.

Desde o início da crise, Alcolumbre mantém contato contínuo com membros do governo, incluindo o ministro da AGU, Jorge Messias, e o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan. Além disso, recebeu líderes governistas para buscar mediar a desatenção das tensões.

Aliados do presidente do Senado relatam que ele se incomodou com ataques que rotulam parlamentares como inimigos do povo e, apesar do desconforto, há possibilidade para a redução do conflito.

O governo vê Alcolumbre como uma figura com menor resistência para negociar a questão do IOF e encontrar meios para recompor a receita do imposto.

Além disso, Alcolumbre conversou com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que avaliou que não há clima para confrontos.

O líder do PSD no Senado, Omar Aziz (AM), afirmou que o presidente do Senado busca tranquilizar a situação e promover o diálogo, o que tem sido evidenciado pelas recentes aprovações no Senado.

Ex-presidente do Senado e aliado de Alcolumbre, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também tem trabalhado para mediar a situação através de seu relacionamento com os três poderes.

O presidente do Senado tem manifestado desconforto com a forma como o governo trata divergências com o Congresso e, apesar das cobranças dos senadores para uma posição mais firme, entende que o Senado deve permanecer aberto ao diálogo.

Mesmo com a discordância dentro do partido União Brasil, que vive um clima de insatisfação com o governo, Alcolumbre é visto como a principal voz do governo dentro da legenda e tem influência direta na indicação de ministros e em cargos federais.

Diferente de Hugo Motta, Alcolumbre estabeleceu uma relação próxima com o presidente Lula desde o final de 2022, durante o período de transição do governo.

Enquanto o presidente da Câmara enfrentou críticas públicas do presidente Lula por pautar a medida do IOF, Alcolumbre não foi alvo dessas críticas, mesmo levando o assunto adiante no Senado.

Ao contrário de ataques diretos contra Alcolumbre, militantes do PT voltaram-se prioritariamente para críticas a Hugo Motta, e a ministra Gleisi Hoffmann pediu respeito às figuras públicas da Câmara.

Alcolumbre também tem enfatizado a importância de limitar o uso do STF para questionar ações do Congresso e propôs mudanças legislativas para assegurar critérios rigorosos para tais ações, assunto que deverá ser discutido na próxima reunião dos líderes do Senado.

Ele argumenta que o constante recurso ao Supremo pode deixar insatisfeitos os que apoiam ou os que discordam das decisões da Corte, prejudicando a estabilidade dos poderes.

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