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Hamas pronto para negociar cessar-fogo; Israel avalia resposta

Israel está se preparando para responder após o Hamas anunciar disposição para negociar um acordo de cessar-fogo e a liberação dos reféns em Gaza, local onde as forças israelenses causaram 32 mortes neste sábado (5), segundo informações da Defesa Civil.
“Nenhuma decisão foi tomada até agora”, afirmou uma fonte do governo israelense à AFP.
De acordo com a imprensa local, o conselho de segurança de Israel deve se reunir na noite de sábado para analisar o tema.
O grupo islamista palestino Hamas declarou na sexta-feira que está pronto para iniciar negociações imediatamente sobre a última proposta de trégua apresentada pelos Estados Unidos, com o Catar e o Egito atuando como mediadores.
O presidente americano, Donald Trump, mencionou que um acordo poderia ser alcançado “na próxima semana”, embora tenha reconhecido que a situação muda rapidamente.
“Precisamos encerrar este conflito. É necessário agir em favor de Gaza”, ressaltou Trump, que receberá o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Washington na segunda-feira.
“Esperamos que a trégua se concretize”, declarou à AFP Karima Al Ras, residente em Gaza. “As fronteiras serão abertas e a farinha poderá chegar. As pessoas estão desesperadas por farinha e muitas morrem ao tentar buscar alimento para seus filhos”, complementou.
Segundo uma fonte palestina próxima às negociações, a proposta dos Estados Unidos inclui uma trégua de 60 dias durante a qual o Hamas libertaria metade dos reféns israelenses vivos em troca da soltura de prisioneiros palestinos detidos em Israel.
Das 251 pessoas sequestradas em 7 de outubro de 2023, durante o ataque palestino em Israel que desencadeou a guerra, 49 ainda estão em cativeiro em Gaza, porém 27 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
O Exército israelense intensificou recentemente as operações na Faixa de Gaza, que enfrenta uma crise humanitária severa quase 21 meses após o início dos confrontos.
Mahmud Bassal, porta-voz da Defesa Civil de Gaza, informou que 32 pessoas morreram neste sábado em várias ações israelenses.
“A explosão foi terrível, muitas tendas pegaram fogo e mulheres e crianças ficaram apavoradas”, relatou à AFP Mohammed Khafaja, que perdeu familiares em um bombardeio em Khan Yunis.
O Exército israelense declarou que não pode comentar ataques sem dados geográficos precisos.
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF), respaldada pelos Estados Unidos e Israel, divulgou que dois voluntários americanos ficaram feridos em um ataque a um centro de distribuição de ajuda no sul da Faixa de Gaza, mas estão estáveis.
“Segundo informações preliminares, o ataque foi realizado por dois agressores que lançaram granadas durante a distribuição de ajuda”, informou a GHF.
As restrições à imprensa e o difícil acesso em Gaza dificultam a verificação independente das informações das partes envolvidas.
O ataque do Hamas, realizado em 7 de outubro de 2023, causou a morte de 1.219 pessoas em Israel, a maioria civis, conforme dados oficiais israelenses compilados pela AFP.
Mais de 57.300 palestinos morreram na ofensiva israelense em Gaza, também em grande parte civis, segundo o Ministério da Saúde local. A ONU considera esses números confiáveis.

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