Hamas quer mais pressão sobre Israel antes do próximo cessar-fogo

Husam Badran, líder da ala política do Hamas, declarou nesta terça-feira, 9, que o grupo não avançará para a próxima etapa do cessar-fogo em Gaza enquanto Israel não enfrentar maior pressão para abrir uma passagem vital, interromper ataques letais e permitir a entrada ampliada de ajuda humanitária.

Essa declaração ocorre no momento em que Israel afirma estar preparado para iniciar a fase mais delicada do acordo, exigindo do Hamas a devolução dos restos mortais do último refém israelense retido em Gaza. Badran enfatiza a necessidade da “plena implementação” da primeira fase, o que inclui a suspensão da demolição das casas palestinas, conforme comunicado divulgado pelo grupo via Telegram.

Autoridades de saúde palestinas informam que as operações israelenses já resultaram na morte de ao menos 376 pessoas desde o início da trégua, em 10 de outubro. O Hamas enfrenta limitada capacidade de negociação e pode sofrer pressão do Catar e da Turquia para não comprometer o delicado acordo.

Israel acusa o Hamas de infringir o cessar-fogo, justificando seus ataques como resposta a investidas contra seus soldados ou aproximação de civis em áreas sob seu controle, apesar de que vítimas incluem mulheres e crianças, e alguns bombardeios ocorreram na chamada “zona segura”.

Organizações internacionais, incluindo a ONU, alertam que a ajuda humanitária que chega a Gaza é insuficiente. Por sua parte, Israel anunciou que começará a permitir o envio de suprimentos através de uma passagem na fronteira com a Jordânia.

O plano para o futuro da região, apoiado pelos Estados Unidos, está ganhando força. Benjamin Netanyahu indicou que a segunda fase do cessar-fogo deve avançar somente após a entrega dos restos do último refém. Está previsto o anúncio, até o final do ano, da criação de um órgão internacional para administrar Gaza.