Homem é condenado por matar colega após discussão por rádio portátil

A Justiça paulista confirmou a sentença contra um homem responsável pela morte do colega de trabalho no mercado municipal de Tatuí, no interior de São Paulo, durante uma briga por um rádio portátil. A pena estipulada foi de 14 anos em regime fechado.

O incidente ocorreu na manhã de 3 de outubro de 2021, quando os dois homens começaram uma discussão motivada pela disputa do rádio. Segundo a denúncia, o acusado não aceitou a negativa do colega para entregar o aparelho.

De forma violenta, o agressor atacou com uma faca, ferindo o braço esquerdo, as costas e o abdômen do parceiro de trabalho. Mesmo ferido, a vítima conseguiu fugir até uma feira próxima e relatou o ocorrido a guardas municipais, indicando o agressor e entregando o rádio.

Socorrido com rapidez, o ferido recebeu alta em 10 de outubro, porém seu estado piorou e ele precisou de novo atendimento, sendo transferido para o Conjunto Hospitalar de Sorocaba, onde faleceu em 22 de outubro de 2022.

O laudo médico confirmou que a causa da morte foram complicações clínicas geradas pelos ferimentos. O ato foi classificado como motivado por motivo fútil, pois o crime decorreu de um desentendimento trivial e pegou a vítima desprevenida, conforme descreve a denúncia.

O Tribunal de Justiça de São Paulo, em segunda instância, confirmou a decisão da 1ª Vara Criminal de Tatuí em manter o julgamento. A desembargadora Carla Rahal destacou a certeza sobre a causa da morte e que não há dúvidas nos laudos apresentados.

Segundo a relatora, o conselho de sentença entendeu, pela maioria, a materialidade e autoria do crime, e reconheceu o motivo fútil. Ela ressaltou que a narrativa da defesa não se sustenta diante das provas que comprovam a culpa do réu.

Os relatos foram considerados sólidos e coerentes, evidenciando que o acusado tentou matar a vítima de forma deliberada. Ao analisar todas as evidências, a desembargadora concluiu que o crime imputado ao réu ficou comprovado.

A defesa apresentou recurso ao Superior Tribunal de Justiça solicitando a anulação do julgamento e um novo júri, alegando contradição das provas. O advogado Felipe Nanini Nogueira foi procurado para comentar o caso, mas ainda não se posicionou.