Homens jovens vivem menos que mulheres no Distrito Federal

Apesar do Distrito Federal ter a maior expectativa de vida do Brasil, com uma média de 79,7 anos, os dados indicam que os homens, especialmente os mais jovens, tendem a falecer precocemente em relação às mulheres.

A pesquisa Tábua da Mortalidade 2024, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a taxa de mortalidade entre homens de 20 a 24 anos é 3,7 vezes maior do que entre mulheres dessa mesma faixa etária.

Isso significa que homens jovens têm quase quatro vezes mais chances de morrer e que é 3,7 vezes mais difícil para um homem alcançar os 25 anos em comparação a uma mulher.

Por que os homens morrem mais?

A médica de Família e Comunidade Liliana Leite explica que essa diferença na expectativa de vida é causada por múltiplos fatores biológicos, comportamentais e sociais.

Ela destaca que, embora mulheres tenham vantagens hormonais e genéticas, a maior parte dessa disparidade se deve a causas externas e evitáveis.

Os homens apresentam taxas maiores de mortalidade por doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, e têm maior prevalência de hábitos prejudiciais à saúde.

“Comportamentos de risco, como fumar, abuso de álcool, falta de atividade física e má alimentação são mais comuns entre os homens”, explica a especialista, que faz parte da plataforma de consultas médicas Inki.

Liliana também destaca que causas externas como homicídios e acidentes de trânsito contribuem significativamente para essa diferença na faixa de 20 a 64 anos.

Na faixa etária entre 20 e 24 anos, fatores relacionados à saúde mental merecem atenção especial: suicídio, abuso de álcool, comportamentos arriscados e violência são elementos que elevam a mortalidade nesse grupo.

Além disso, a baixa procura dos homens por atendimento médico agrava ainda mais a situação.

Políticas públicas

Para reduzir essa diferença, são importantes ações integradas, como programas educacionais e preventivos em saúde, além de iniciativas individuais como evitar álcool, cigarro e drogas, praticar exercícios regularmente e manter uma alimentação saudável. Essas medidas auxiliam na longevidade e na qualidade de vida, diminuindo riscos de saúde.

Outros dados da pesquisa

A pesquisa também revelou diferenças na mortalidade infantil por sexo: são 10,6 óbitos para cada mil nascidos vivos, sendo 11,1 entre meninos e 10 entre meninas. A mortalidade na infância (até 5 anos) apresentou uma pequena queda, de 12,5 para 12,3 por mil.

Aos 60 anos, um morador do Distrito Federal pode esperar viver, em média, mais 24,4 anos. Para os homens, essa extensão é de cerca de 22 anos, enquanto as mulheres podem viver aproximadamente 26,4 anos adicionais.